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sábado, 4 de janeiro de 2014

E, no princípio, era o verbo...

As palavras muitas vezes espelham nossa alma. Reprimidas elas não têm a força transformadora que elas podem ter, se deixamos elas fluírem no momento exato em que as pronunciar torna-se essencial. Como disse, em um de seus poemas, do livro Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles: "Ai, palavras, ai palavras, que estranha potência, a vossa! sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e em tão rápida existência, tudo se forma e transforma!". As escrituras sagradas trazem a importância das palavras ao retratar que na origem da existência da vida, Deus criou o mundo ao pronunciá-las. Então, não se pode negar a sua potência.

Este blog há tempos era um desejo meu, desperto através do incentivo de amigos, que pediam para que eu compartilhasse com eles os meus textos, que não vou ter a pretensão de dizer aqui que são excelentes, meus leitores que irão definir-me, em palavras ou não. Para não ser mal educada vou ao menos apresentar-me, eu sou uma jovem, eu acho, de 25 anos, nasci e continuo a viver na cidade de Teresina, capital do estado do nordeste brasileiro, Piauí. Eu sou quase recém-formada no curso de Bacharelado em Comunicação Social habilitação em Jornalismo e Relações Públicas na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), e fiz mais da metade do curso de Licenciatura em Letras e Literatura Portuguesa na Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Esse quase foi em razão de que tentei levar esses dois cursos ao mesmo tempo. Sim, muitas pessoas na minha cidade faziam isso, até que proibiram por lei que os alunos que passassem para cursar o ensino superior em mais de uma universidade pública, poderiam cursar apenas uma por vez, uma ótima ideia!, pois eu não aconselho a ninguém fazer essa maluquice. Bom, enfim, quase terminando o curso de Letras (para mim, na época, não precisava realizar monografia para obter a graduação), em 2012, comecei também a chegar na etapa final do meu curso de Comunicação Social da habilitação em Jornalismo, e resolvi optar como trabalho de final de curso fazer um livro-reportagem em parceira com outro colega de classe. Essa foi uma fase dramática, eu desdobrei-me para fazer várias entrevistas, pesquisas, frequentar as aulas nas duas universidades, ir para o estágio, que era em Comunicação Social, o curso que naturalmente fui priorizando, e humanamente desgastei-me demais, e tive que fazer a escolha que há tempos adiava, então, com o coração em farrapos, assumi o desafio de terminar meu bacharelado em Comunicação Social e deixar para trás outro curso que tanto amava Letras. Poderia pensar assim, então, por que não desisti no início? Isso não fiz, pois era uma grande paixão meu curso de Letras, tanto que muito de meus textos foram profundamente marcados pelos ensinamentos linguísticos, literários, semânticos, sintáticos, que experimentei na minha vida acadêmica no curso de Letras. E, sem sacrificar o curso de Letras, não teria envolvido-me em um dos trabalhos que mais me consumiram não só como experiência profissional, mas pessoal também. Nossa! Foi inesquecível fazer um livro-reportagem. 

Desde criança eu sonhava em escrever um livro, mas concretizar essa minha ambição foi um processo dolorosamente prazeroso, revolvi e envolvi-me todo o meu ser nesse projeto. A ideia não foi proposta por mim, mas pelo colega que fez o trabalho comigo, Eliaquim Lopes. No início, era apenas uma ideia de fazer um livro-reportagem sobre a atuação do padre Pedro Balzi na Vila da Paz, localizada na cidade de Teresina. O projeto foi ganhando formas aos poucos, e eu com minha personalidade forte, e também devido a problemas pessoais do meu colega de trabalho, fui centralizando todos os passos para fazer o livro-reportagem. Eu com minha paixão pela literatura, aproveitei a oportunidade de mesclar duas coisas que me encantavam, literatura e jornalismo; não resisti e dominei as rédias do trabalho, e quase implorei ao meu colega para escrevê-lo todo, era um ciúme das palavras que iam preencher cada página do tão desejado livro-reportagem. Além disso, era uma grande alegria contar uma história tão bela. Um padre de origem italiana que dedicou sua vida para dar apoio não só espiritual, mas material para várias famílias pobres. Esse foi um dos meus maiores desafios não só como estudante, profissional, mas como pessoa.

Isso é apenas um pedaço de mim. O blog "Idéias em expressão" pretende estimular o despertar da riqueza de expressão que existe em todos nós, principalmente, através de palavras, mas não apenas através delas, pois os olhos falam, as palavras trazem perfumes, sensações, imagens..."Ideias em expressão" como o próprio nome já diz quer ser uma fonte de expressão.

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