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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Uma verdadeira prova de amor

Para que te manterias preso em meus braços?
Se preferes refugiar-se em outro espaço!
Creio em Deus e sei que, como ser Todo-Poderoso,
o Senhor criador do céu e da terra poderia limitar
nossa liberdade e obrigar-nos a amá-Lo,
mas, diferente disso, o Criador espera por nosso amor
na discreta imensidão do seu insondável Reino.
Quem seria eu, então, para exigir o amor de alguém?
Tenho a alma exposta em cada gesto, trejeitos e jeitos
de  estar e ser,
deixo um pedaço de mim em cada abraço,
em cada encontro ou mesmo nos desencontros,
não temo brincar com fogo,
nem me afogar nas profundezas dos mistérios que rondam céus e terras.
Quero sempre mais,
quero o que está oculto,
não me contento com o que está na superfície,
não nasci para permanecer no meio-termo.
Para mim é não ou sim,
sim e não é engodo,
não quero andar na corda bamba
das meias palavras.
Tudo ou nada.
A liberdade tem seu preço e é bem caro.
E eu estou disposta a pagar o que for preciso
pelo amor Eterno de Deus.
Cada escolha exige renúncias,
é preciso ter consciência
das consequências do que se fez e/ou não se fez.
Não agir também é uma escolha
e como tal tem seu efeito.
Tenho consciência da necessidade de sofrer,
pois só experimentando esse amargo cálice
é que estaremos prontos para a verdadeira Felicidade.
Escolhi amar.
Essa escolha é uma via dolorosa, mas repleta de saborosos frutos.
Quem trilha esse caminho, experimenta alegrias
que são pedaços da Eternidade.
Por isso, apesar de feridas pelos inimigos,
as pessoas que decidem Amar não conseguem voltar atrás.
Eu não consegui resistir a esse caminho sem volta.
Tu conhecestes essa minha escolha
e ao sentir a minha tão eloquente dor por ter que te deixar partir, perguntastes-me:
-Deixarás que eu vá embora para longe de ti, sem ao menos saciar em mim teu desejo?
Olhei com uma enigmática alegria de mãos dadas com uma profunda tristeza e respondi:
-Não quero ir contra meus princípios. Se saciasse meu desejo carnal, sentiria uma dor maior do que a que sinto em minh'alma por te deixar, sem consumar as ordens dos meus instintos. Uma parte de mim está muito feliz, pois sei que estás livre de qualquer lembrança que poderia te prender a mim.
Mantive a firmeza das palavras, mesmo com o vacilar de cada um dos sentidos que me desobedeciam como se tivessem vida própria.
Tu olhastes para minhas lágrimas grossas escorrendo timidamente pelas minhas faces rígidas e por alguns segundos te vi vacilar, mas teu coração já estava tomado por horizontes que não eram os meus.
Ao ver-te vacilar forcei um sorriso que foi todo uma prova de amor e um pedido para que tu fosses sem temer estar liberto, pois ao pressentires a morte da paixão, tu poderias estar certo de que tinhas em mim feito ressurgir um sentimento depurado: o verdadeiro Amor.
Eu quis dizer com aquele sorriso em meio às lagrimas que o Amor nunca morre e que eu sempre estaria esperando por ti, quando tu precisasses repousar, sem a antiga inquietação do desejo,
no meu colo amigo
Depois de tal gesto, eu te vi ganhar os céus e levar contigo pedaços de mim para o desconhecido.

(Millena Cardoso de Brito)

crédito: Imagem retirada da Internet


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A morte será o limite da vida?

Humanidade


Ser vivo inconstante viver,
Imprevisível estar,
Incompromissível sentir,
No universo sem fim,
Mistérios infinitos a desvendar.

No mundo das ideias, os pensamentos voam
Os sentimentos fluem,
A vida humana escoa nas efêmeras horas
Na constante incerteza dos dias

Que passam incessantemente,
Conspirando contra a vida
Que nos leva a um fim
Na esperança de decifrar o enigma da

Morte.

(Millena Cardoso de Brito)