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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Baile das palavras

Para quem gosta de poema, compartilho com vocês um dos meus escrito no ano de 2006, nele vocês irão encontrar questionamentos de uma garota a procura do desconhecido, um sentimento comum a quem vive e sente...
                                       Além
Lábios por lábios. O que vale um beijo? Prazeres momentâneos multiplicam-se no vazio do peito.
Que importa para eles? Sou um deles a remar contra a corrente. E que corrente! Atropelam-se. Mágoas do passado acumulam-se no peito. Era mais fácil deixar-me levar.
O que tenho com os outros?
O prazer é uma espada afiada de dois gumes. Tudo tem um preço. A razão esquecida grita na mente, mas o caminho mais fácil...
Os instintos cegam o homem.
Na ânsia do agora muitos perdem o depois.
Minha consciência dói.
Derrubei as paredes que me cercavam, mas ainda me sinto acorrentado.
Amo um cadáver e beijo suas lembranças frias com um estremecimento no corpo que chega a doer n'alma.
Não consigo livrar-me das consequências desse ato impensado, desesperado, vindo das entranhas do meu ser.
Cada vez mais, o mal ri dentro de mim com um prazer torpe em maltratar-me,
levando-me aos labirintos mais sórdidos da mente.
Mentiras e verdades misturam-se ao sabor dos sentidos.
As feridas provocam uma raiva que queima como fogo sem que ele se apague...
Os olhos vagam por todos os cantos, procurando o nada,
Meu nada me satisfaz.
Não sei distinguir de onde vêm a dor que sinto
Agulhas atravessam meu peito sem que eu nada possa fazer.
Ilusão dos sentidos?
Não há como saber.
Tudo passa muito rápido por meus olhos.
O corpo dói.
Tomo o veneno; e não sinto o gosto da morte.
Aliás, ela zomba de mim, enquanto desfaleço em dor.
Encontro as portas fechadas e se olho não enxergo, e se exergo a realidade foge aos olhos.
Quem  pode ajudar? E o silêncio...
Mundos misturam-se ao sabor dos sentidos.
A relatividade cercando a mente.
A razão impedindo ou agindo no caminho do conhecimento.
O medo de saciar a sede e perder a fome.
O sal da vida que não se pode perder...
...O medo do fim.
Estaremos destinados ao fim?
O que de inacessível se faz, as respostas deverão estar atrás das grades que impedem os homens de chegar.
Talvez seja melhor assim...
Como saber?!
Eh!..Só nos resta viver.
Beber até a última gota de vida, saciar-se de ar, de palavras, de amor
Deixar-se ser e estar...
até que morrendo as esperanças, mesmo cometendo os mesmo erros, aprendendo com eles, mesmo sofrendo com a ferida que não cicatriza...
Existe além...
(Millena Cardoso de Brito)

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