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segunda-feira, 30 de março de 2015

Contradições

CRÉDITO: IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

Que amor é esse?


Que amor é esse que faz sofrer?
Nas palavras doces faz acreditar,
mas depois com atos fere?
Diga o que quer de mim!
Não me negue respostas.
Amei alguém que não existia.
Agora, choro de solidão.
Ingratas mentiras, chega de ilusão!
Leve-me daqui!
Faça-me alcançar as nuvens.
Preciso esquecer o passado,
pois ele me machuca.
Não consigo deixar você partir.
Tudo o que queria agora
era esquecer o mundo,
cair em braços que me caibam
e deixar meu corpo suspenso
no espaço de ninguém...
Sinto o sabor...
Nada posso contra o que está dentro.
Você partiu e deixou o vazio.
Agora, só os desejos me movem
e não consigo entregar o que guardo
de mais bonito dentro de mim...
não consigo demonstrar os carinhos
que ficaram no passado...
Entende?
Não?!
Esquece.

(Millena Cardoso de Brito, 2005)

segunda-feira, 23 de março de 2015

A Imensidão de Amar

CRÉDITO: IMAGEM DE SELINA DE MAEYER

Meu Amar

Meu Amar não se resume a sexo,
constrói-se de pequenos gestos
de afeição gratuita e esquecida
do desejo.

Não tem a pressa dos que buscam
cegamente saciar os instintos da carne.
Não sabem eles que a fome que sentem
não é de algo material,
mas foge mesmo aos cérebros
mais refinados.

Meu Amar é silencioso e calmo,
cresce anônimo entre os vestígios
do Eterno.

Não se contenta em tocar a superfície,
necessita se lançar ao fundo do desconhecido,
avançar contra as ondas que teimam
impedir que eu encontre os tesouros
escondidos.

O que eu busco não se pode comprar,
O que eu busco foge às concepções humanas
de riqueza.

São preciosidades que só podem ser 
conquistadas, se o homem se despe de si,
 abandona as suas máscaras,
falsos heróis

E, enfim, reconhece suas limitações
para abrir-se ao Perfeito.

O Fim é uma desculpa para fugir
ao inebriante sol do Ilimitado Amor.

Meu Amar é certo, sem reservas,
nem limites de tempo e espaço,
ou conceitos.

É perene e não transita entre os
"talvez" ditos por conveniência,
não é condicionado a ocasiões,
aos formalismos do politicamente correto,
nem às filosofias ou modos de vida
de um "bon vivant",

Meu Amar prefere fugir ao prazer que furtar
a Felicidade Eterna de alguém.

Meu Amar resume o Meu Ser em Deus.

(Millena Cardoso de Brito)





terça-feira, 10 de março de 2015

A traição tem perdão?

CRÉDITO: IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

Humano Amor


Esquecerei se possível for a tua infidelidade,
Vinda da inconstância dos teus sentimentos
Ocultos nos véus d'alma,
Revelando as fraquezas humanas,
que maculam a pureza do amor.
O golpe de traição com o qual me feriu,
fez florescer sentimentos vis em mim,
Semeando a dúvida,
Semente da discórdia,
Destruindo, assim, a confiança e os planos
que tão delicadamente tecemos juntos.
Desfeito o castelo de areia de nossas ilusões
de casal que acreditava ter encontrado sua "alma gêmea",
agora, tentamos refazer nossa vida.
Mas, a alma ferida pelo engano desonesto,
Não deixa esquecer a fragilidade do teu amor
E minha frágil confiança em ti
Distancia-nos pela mágoa ainda presente.
Porém, o amor também presente
nos mantêm unidos no nosso humano amor.

(Millena Cardoso de Brito)

















quinta-feira, 5 de março de 2015

O imaterial em versos

Para mim é uma libertação poder tentar transpor em palavras sentimentos contraditórios e aparentemente insondáveis. O que não se vê é, muitas vezes, subestimado pelas pessoas que estão a cada dia mais ligada ao que se estipulou chamar real. Mas o que é a realidade, afinal? Perguntem a indivíduos distintos e colherá respostas que não serão idênticas, pois a subjetividade não suporta generalizações, imposições. A construção de um indivíduo como ser humano não pode ser reconstruído em um laboratório. Não há formulas prontas para direcionar como será determinada pessoa. Na corda bamba da procura da identidade, a expressão de sentimentos através de palavras é uma ótima maneira de exercitar o autoconhecimento. Esse é uma das vias mais seguras para se atingir ao equilíbrio emocional e estabelecer uma ponte segura com o que não se pode ver. Essa é mais uma das minhas tentativas de entender sensações momentâneas (Graças a Deus mesmo!) de desagregação de mim em pedaços que tento juntar ao longo da minha vida:

Pedaços


Ânsia de não ser,
Pedaços,
Não mais pranto, nem desespero,
Veneno e apatia.
Alma intocada.
Solidão intocada.
Matéria bruta.
Solidão bruta.
Algemas dos pensamentos,
causam uma dor desconhecida.
Como se uma lâmina invisível,
mas não, por isso, menos lacerante,
rasgasse minhas entranhas
e deixasse um vazio dentro de mim.
O eco dos meus medos e incertezas
deslizam nos labirintos de minha mente
em desvario.
A música do tempo escutada pelos sentidos,
esperando o Maestro da Vida harmonizar
tão tumultuosas sensações.

(Millena Cardoso de Brito)

Crédito: foto retirada da Internet