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quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Paredes


Crédito: imagem retirada da Internet


Bendigo as paredes que escondem as minhas vergonhas, meus medos, fraquezas,
Ocultam a nudez do corpo e da alma.
Gosto de estar no meu espaço para deixar meu corpo ser sem amarras,
Esvaziar-se de olhos, ouvidos, toques questionadores.
Viver as autodescobertas solitárias de quem se depara com a própria humanidade.
Estar contida em um lugar que me ampare do medo
E represe meu prazer e dor.
Comunico-me entre as paredes com a eloquência de quem conquista
Alguém para a eternidade.
Expando a vida ao estar no meu quarto a sós com o Eterno.
As paredes envolvem preces, sussurros, gritos,
Acolhem impassivas as palavras não ditas.
Vivo céus e infernos que orbitam meus pensamentos
E rompem a lógica material.
Mesmo estando vulnerável sozinha em um espaço, sinto-me protegida do outro.
Não me agrada o silêncio perscrutador de outra mente que me desconcerte.
Gosto da solidão para me sentir e sentir como o outro me afeta.
Entre as paredes posso discernir o que me faz ser quem sou.