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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Confissões


Abri as caixas pretas da minha mente e elas me disseram coisas sobre mim que me desagradam.
Sou egoísta, mimada, arrogante, masoquista, sinto prazer em me fazer sofrer... Descobri que preciso fazer as pazes comigo.
Mas, não sei como fazer isso. Estou perdida.
Eu já nasci desejando a minha morte, mas me apaixonei pela vida.
Pela vida e pelo desconhecido.
Então, eu decidi morrer aos poucos, maltratando meu corpo.
Passo fome e frio tendo comida e cobertores ao meu alcance.
Ignoro os meus amores para ficar só.
Destruo minha imagem aos meus e aos olhos dos outros.
Construo mentiras para que elas me destruam.
Tiro de mim o que me faz feliz por prazer.
Espero um fim.
O fim da minha espera.
Eu espero o fim da minha pena.
Eu sou meu próprio algoz.
Eu tenho no meu corpo as marcas dos meus próprios golpes.
Minha pele está cheia de feridas, meu corpo emagrecido esmorece de dor,
Meu corpo parece refletir como estou por dentro.
Isso pode ser resultado de meus erros.                                                                                     Confesso que tenho muito a aprender. Fiz escolhas erradas.
Não consigo admitir meus erros, nem mesmo quando os reconheço.
Sou uma cega fingindo visão só para não se deixar invadir pela escuridão.
Estou entregue ao caos.
Vivo por instantes de lucidez.
Entregue a minha loucura,
eu encontro as minhas próprias saídas para resistir a minha maldade.
Clamo aos céus que me liberte da minha tirania!
Quero aprender a amar.
Seria bom um dia poder me encontrar,
Pedir desculpas
E Amar-me...

Eternamente.


(Millena Cardoso de Brito)