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quinta-feira, 5 de março de 2015

O imaterial em versos

Para mim é uma libertação poder tentar transpor em palavras sentimentos contraditórios e aparentemente insondáveis. O que não se vê é, muitas vezes, subestimado pelas pessoas que estão a cada dia mais ligada ao que se estipulou chamar real. Mas o que é a realidade, afinal? Perguntem a indivíduos distintos e colherá respostas que não serão idênticas, pois a subjetividade não suporta generalizações, imposições. A construção de um indivíduo como ser humano não pode ser reconstruído em um laboratório. Não há formulas prontas para direcionar como será determinada pessoa. Na corda bamba da procura da identidade, a expressão de sentimentos através de palavras é uma ótima maneira de exercitar o autoconhecimento. Esse é uma das vias mais seguras para se atingir ao equilíbrio emocional e estabelecer uma ponte segura com o que não se pode ver. Essa é mais uma das minhas tentativas de entender sensações momentâneas (Graças a Deus mesmo!) de desagregação de mim em pedaços que tento juntar ao longo da minha vida:

Pedaços


Ânsia de não ser,
Pedaços,
Não mais pranto, nem desespero,
Veneno e apatia.
Alma intocada.
Solidão intocada.
Matéria bruta.
Solidão bruta.
Algemas dos pensamentos,
causam uma dor desconhecida.
Como se uma lâmina invisível,
mas não, por isso, menos lacerante,
rasgasse minhas entranhas
e deixasse um vazio dentro de mim.
O eco dos meus medos e incertezas
deslizam nos labirintos de minha mente
em desvario.
A música do tempo escutada pelos sentidos,
esperando o Maestro da Vida harmonizar
tão tumultuosas sensações.

(Millena Cardoso de Brito)

Crédito: foto retirada da Internet



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