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domingo, 18 de janeiro de 2015

Sobre a finitude da vida

Tantos


Tantos poetas já mortos,
Tantas mentes brilhantes enterradas
que comidas por vermes viraram pó.
O tempo passando veloz transforma
e forma o que não se dissipa.
O que ele destrói renova-se
e o que se perde transmuta-se em algo,
muitas vezes, desconhecido.

Tantos tentaram, mas tão poucos conseguiram
vencer as barreiras do tempo.
Tantos túmulos foram esquecidos de
vidas que se doaram por ideais transgredidos
e lavaram a terra com um sangue que mudou
o rumo da história humana. 
Mas, que agora são lembranças
que roçam as incertas tentativas
de reconstruir um passado que ficou
guardado longe da consciência dos mortais.

Serei, talvez, mais um sopro de vida
que irá se apagar na imensidão dos dias
com palavras escritas (ou digitadas) 
que desaparecerão ou serão incorporadas
a outras consciências...
Talvez, minha busca seja em vão
e nunca encontre o que procuro:
a verdade.
Mas, eu não desisto,
pois a esperança é o alimento da minha alma.

E, assim, vou sobrevivendo
ser a calar, enquanto o mundo grita,
ser a gritar, enquanto o mundo cala,
escondido nas coisas mais simples da vida.

( Millena Cardoso de Brito)

Crédito: Imagem retirada da Internet do blog Crônicas Macaenses (http://cronicasmacaenses.com/2014/08/09/operarios-chineses-na-primeira-guerra-mundial/)

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