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sábado, 2 de agosto de 2014

Solidão

Estranhos

Todos me parecem estranhos
Não vejo o que sinto,
mas o que não vejo me é mais íntimo
do que a realidade que me cerca, 
mas será que existe realidade?
O que será realmente o real?
O que nos toca talvez...
Se toco as nuvens mais altas,
eis que se dissipam ao toque das mãos.
O chão é duro.
As almas trancaram-se no cárcere do medo.
Há muitas barreiras entre as pessoas.
Os braços, muitas vezes, não são dados de graça.
O dinheiro comprou almas.
Na ânsia de chegarem ao topo,
muitos cavaram sua própria sepultura.
Que irônica é a vida mundana!
A altivez dos reis não vale o vento,
que os tocam.
E, há miseráveis com a grandeza de reis.
Como explicar tantas contradições?
As perguntas multiplicam-se sem respostas.
O grito cego dos instintos, cresta as asas
dos que anseiam chegar ao céu.
A voz do subconsciente não se cala,
trazemos os seus segredos
nas profundezas do desconhecido.
O ar inquieta.
O chão prende e massacra.
A consciência faz-se cilada,
que seduz os sentidos dispersos.
Vou seguindo...
entre rostos estranhos.
O cimento do egoísmo
na corrida contra o tempo
faz a distância.
Solidão na multidão,
ganhando mentes e corações
na correria do mundo moderno,
onde a alegria pode ser comprada 
à vista ou à prestação,
mas o que nem todos sabem
é que a verdadeira Felicidade
só pode ser encontrada dentro de nós mesmos.

(Millena Cardoso de Brito)

crédito: Millena Cardoso

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