Crédito: reprodução de imagem da internet
Minha consciência dói, desde
criança sou assim. Uma mentira que, muitas vezes, parece boba cava no meu peito
um sentimento tão ruim! Tritura-me por dentro, como se eu tivesse roubado algo
de alguém, apesar de nunca ter roubado. Para mim é difícil admitir a existência
da maldade.
Eu sei todos tem seus vícios e virtudes, mas enxergar em mim algo
ruim envergonha-me, faz com que me sinta mal, a pior pessoa do mundo. Tenho
esses extremos em mim. Cobro-me demais. Não sei se foi minha criação baseada
nos princípios cristãos de amor a Deus e à humanidade, apenas, sei que assim é
que sou eu. Não suporto ver em mim sentimentos que minha consciência repudia,
ou praticar atos que maculem meus ideais.Todos aqueles princípios, que hoje
estão desgastados, como, bondade, honestidade, fraternidade, honra são bem mais
caros para mim do que o bem material mais precioso. Eles definem uma pessoa de bom caráter e
deveriam ser defendidos por todos.
O homem progrediu como nunca visto em
relação aos conhecimentos científicos, mas em relação aos valores que o
diferenciam dos outros animais, regrediu, e muito. Ao entrar em contato com os
meios de comunicação, veículos que encurtaram as barreiras de tempo e espaço, o
que se observa é a relativização dos valores. Esses se tornaram maleáveis, visto
de acordo com a distorcida ótica individual.
A tecnologia encurtou as dimensões
de tempo e espaço, mas, contraditoriamente, aumentou o abismo entre o ser de
cada um. Para provar isso, basta citar o crescimento do número de casos de
depressão e suicídios, principalmente, entre os jovens, além da precariedade
dos relacionamentos.
Na família moderna, nas classes sociais que tem acesso às
novas tecnologias, cada membro da família possui seu próprio aparelho de
celular ou televisão. E, em vários lares, deixa-se de conversar e aprofundar os
laços familiares para acessar redes sociais, e ostentar para desconhecidos uma
vida que, muitas vezes, não condiz com a realidade. O deslumbramento pela
tecnologia, notoriedade, consumo, status vem substituindo vivências necessárias
ao bem estar do ser humano.
A conversa
na porta de casa com os vizinhos, os ouvidos atentos dos filhos para os
conselhos de alguém mais velho e sábio, as visitas aos vizinhos doentes, os
sacrifícios de escutar pela centésima vez as mesmas estórias contadas pelos
pais sobre o tempo em que eram jovens. O mundo tem pressa, esqueceu da busca
pela Eternidade, e outros ideais que não se deteriorizam pela chegada de outro
modismo.
Eu vejo a minha volta o cultivo de valores pobres, como, dinheiro,
fama, que se germinarem, produzirão uma geração vazia, superficial, e de
indivíduos sedentos por algo que desconhecem, pois apenas ouviram falar nos
livros, ou acessaram em uma página da Internet. Uma geração desacreditada de
Deus e numa busca desenfreada por prazer para aplacar a dor primitiva da falta
da imortalidade.
Quem será esse Deus, que vê tantas coisas ruins acontecerem,
pode acabar com os sofrimentos de todos, e não acaba? Muitos assim perguntam, e
eu também já fiz tal questionamento algum tempo atrás. Eu encontrei Deus. Ele
vive dentro de mim. Não é uma força da natureza, é uma pessoa com quem tenho
aprofundado meu convívio, com certos tropeços pelo caminho que me afastam por
pouco tempo dele. A resposta dessa pergunta não pode ser dada em palavras. É
como querer definir o gosto de uma comida que você nunca provou. É preciso
experimentar para descobrir. Para descobrir quem é Deus e suas peculiaridades,
é preciso deixar os sentidos despertos, e ouvir com os olhos do coração o que
ele diz, faz, sente. É preciso literalmente experimentar quem é Deus.
Meu
relacionamento com Deus é antigo, desde criança tenho longas conversas com o
Senhor Todo Poderoso, que foi apresentado pelos meus pais a mim. Depois,
cresci, quis me rebelar, mas a força irresistível do amor de Deus nunca
permitiu que eu me separasse definitivamente dele. Ele salvou-me várias vezes
da morte e da minha própria maldade. Esse é um dos motivos para minha consciência
doer ao roçar mesmo de uma pequena injustiça por mim cometida. Dizer mentiras
sempre me inquietou bastante, se mentia quando criança passava noites em claro,
e só consegui descanso quando confessava o algo grave que tentei esconder.
A Verdade para mim é um bem precioso. É um instrumento de liberdade. Esconder
algo, que à primeira vista, parece bobo, pode trazer consequências
irreversíveis para vida não só sua, mas de muitas pessoas. Para os casos em que
não falar o que julga a verdade é necessário, recorre-se a sensatez para dizer
a verdade quando imperativo for. Mentira é prejudicar a liberdade de outro ser
ou de si próprio, nas demais situações é ser delicado ao dedilhar o
desconhecido.
A sinceridade é essencial para manter relacionamentos saudáveis. Existem
mentiras que ficam guardadas, presas no peito. Isso me maltrata, e para
remediar-me recorro a doses generosas de verdade, que fazem tão bem. Mas, o que
é a verdade? Pergunto-me inquieta. A minha verdade está escondida no amor maior
da minha vida: Jesus Cristo. Quem se dispor a conhecê-lo conhecerá a verdade. Se
todos colocassem Jesus Cristo em suas vidas, o mundo seria bem diferente.
As
pessoas aprenderiam com seus tropeços a viverem valores alicerçados no amor. O
verdadeiro amor que supera todas as dificuldades. A fome seria apenas um
capítulo rota da história da humanidade, pois se cada um soubesse dividir o que
tem para os mais necessitados, não haveria fome; o homem valorizaria o trabalho
e sua família, pois o amor de Deus o impulsionaria a fazer o bem.
Esses são os meus ideais, mas o que vejo é que os homens para fugirem de seguir os
mandamentos de Deus matam Deus, e não sentirem remorsos de desobedecem a quem
tanto os ama. Se Deus não existe, não existe pecado, e vários tranquilizam suas
consciências fazendo isso. Em sociedade, o exercício da ética em nosso dia a
dia, tornou-se um desconexo embate de argumentos cada vez mais racionais e
menos humanos. Nada contra a objetividade de uma decisão que seja pautada na
conservação da dignidade humana, mas quando se deixam de lado princípios que
constituem um indivíduo do bem, e foge-se de uma ética que prime pelo ser
humano, então, existe um problema.
A ética deve ser voltada para o bem de todos
e não apenas de uma parte.
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