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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O que sua consciência diz?

                                          Crédito: reprodução de imagem da internet


Minha consciência dói, desde criança sou assim. Uma mentira que, muitas vezes, parece boba cava no meu peito um sentimento tão ruim! Tritura-me por dentro, como se eu tivesse roubado algo de alguém, apesar de nunca ter roubado. Para mim é difícil admitir a existência da maldade. 

Eu sei todos tem seus vícios e virtudes, mas enxergar em mim algo ruim envergonha-me, faz com que me sinta mal, a pior pessoa do mundo. Tenho esses extremos em mim. Cobro-me demais. Não sei se foi minha criação baseada nos princípios cristãos de amor a Deus e à humanidade, apenas, sei que assim é que sou eu. Não suporto ver em mim sentimentos que minha consciência repudia, ou praticar atos que maculem meus ideais.Todos aqueles princípios, que hoje estão desgastados, como, bondade, honestidade, fraternidade, honra são bem mais caros para mim do que o bem material mais precioso.  Eles definem uma pessoa de bom caráter e deveriam ser defendidos por todos. 

O homem progrediu como nunca visto em relação aos conhecimentos científicos, mas em relação aos valores que o diferenciam dos outros animais, regrediu, e muito. Ao entrar em contato com os meios de comunicação, veículos que encurtaram as barreiras de tempo e espaço, o que se observa é a relativização dos valores. Esses se tornaram maleáveis, visto de acordo com a distorcida ótica individual. 

A tecnologia encurtou as dimensões de tempo e espaço, mas, contraditoriamente, aumentou o abismo entre o ser de cada um. Para provar isso, basta citar o crescimento do número de casos de depressão e suicídios, principalmente, entre os jovens, além da precariedade dos relacionamentos. 

Na família moderna, nas classes sociais que tem acesso às novas tecnologias, cada membro da família possui seu próprio aparelho de celular ou televisão. E, em vários lares, deixa-se de conversar e aprofundar os laços familiares para acessar redes sociais, e ostentar para desconhecidos uma vida que, muitas vezes, não condiz com a realidade. O deslumbramento pela tecnologia, notoriedade, consumo, status vem substituindo vivências necessárias ao bem estar do ser humano. 

A conversa na porta de casa com os vizinhos, os ouvidos atentos dos filhos para os conselhos de alguém mais velho e sábio, as visitas aos vizinhos doentes, os sacrifícios de escutar pela centésima vez as mesmas estórias contadas pelos pais sobre o tempo em que eram jovens. O mundo tem pressa, esqueceu da busca pela Eternidade, e outros ideais que não se deteriorizam pela chegada de outro modismo.

Eu vejo a minha volta o cultivo de valores pobres, como, dinheiro, fama, que se germinarem, produzirão uma geração vazia, superficial, e de indivíduos sedentos por algo que desconhecem, pois apenas ouviram falar nos livros, ou acessaram em uma página da Internet. Uma geração desacreditada de Deus e numa busca desenfreada por prazer para aplacar a dor primitiva da falta da imortalidade. 

Quem será esse Deus, que vê tantas coisas ruins acontecerem, pode acabar com os sofrimentos de todos, e não acaba? Muitos assim perguntam, e eu também já fiz tal questionamento algum tempo atrás. Eu encontrei Deus. Ele vive dentro de mim. Não é uma força da natureza, é uma pessoa com quem tenho aprofundado meu convívio, com certos tropeços pelo caminho que me afastam por pouco tempo dele. A resposta dessa pergunta não pode ser dada em palavras. É como querer definir o gosto de uma comida que você nunca provou. É preciso experimentar para descobrir. Para descobrir quem é Deus e suas peculiaridades, é preciso deixar os sentidos despertos, e ouvir com os olhos do coração o que ele diz, faz, sente. É preciso literalmente experimentar quem é Deus.

Meu relacionamento com Deus é antigo, desde criança tenho longas conversas com o Senhor Todo Poderoso, que foi apresentado pelos meus pais a mim. Depois, cresci, quis me rebelar, mas a força irresistível do amor de Deus nunca permitiu que eu me separasse definitivamente dele. Ele salvou-me várias vezes da morte e da minha própria maldade. Esse é um dos motivos para minha consciência doer ao roçar mesmo de uma pequena injustiça por mim cometida. Dizer mentiras sempre me inquietou bastante, se mentia quando criança passava noites em claro, e só consegui descanso quando confessava o algo grave que tentei esconder.

A Verdade para mim é um bem precioso. É um instrumento de liberdade. Esconder algo, que à primeira vista, parece bobo, pode trazer consequências irreversíveis para vida não só sua, mas de muitas pessoas. Para os casos em que não falar o que julga a verdade é necessário, recorre-se a sensatez para dizer a verdade quando imperativo for. Mentira é prejudicar a liberdade de outro ser ou de si próprio, nas demais situações é ser delicado ao dedilhar o desconhecido. 

A sinceridade é essencial para manter relacionamentos saudáveis. Existem mentiras que ficam guardadas, presas no peito. Isso me maltrata, e para remediar-me recorro a doses generosas de verdade, que fazem tão bem. Mas, o que é a verdade? Pergunto-me inquieta. A minha verdade está escondida no amor maior da minha vida: Jesus Cristo. Quem se dispor a conhecê-lo conhecerá a verdade. Se todos colocassem Jesus Cristo em suas vidas, o mundo seria bem diferente. 

As pessoas aprenderiam com seus tropeços a viverem valores alicerçados no amor. O verdadeiro amor que supera todas as dificuldades. A fome seria apenas um capítulo rota da história da humanidade, pois se cada um soubesse dividir o que tem para os mais necessitados, não haveria fome; o homem valorizaria o trabalho e sua família, pois o amor de Deus o impulsionaria a fazer o bem.

Esses são os meus ideais, mas o que vejo é que os homens para fugirem de seguir os mandamentos de Deus matam Deus, e não sentirem remorsos de desobedecem a quem tanto os ama. Se Deus não existe, não existe pecado, e vários tranquilizam suas consciências fazendo isso. Em sociedade, o exercício da ética em nosso dia a dia, tornou-se um desconexo embate de argumentos cada vez mais racionais e menos humanos. Nada contra a objetividade de uma decisão que seja pautada na conservação da dignidade humana, mas quando se deixam de lado princípios que constituem um indivíduo do bem, e foge-se de uma ética que prime pelo ser humano, então, existe um problema. 

A ética deve ser voltada para o bem de todos e não apenas de uma parte.

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