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sábado, 25 de janeiro de 2014

Poema de frases clichês: também é sobre o Primeiro amor...

Se pudesse te ter por um instante
Se pudesse te ter por um instante
Faria desse instante uma eternidade
Para nunca esquecer
O gosto do teu beijo
O calor do teu abraço
O cheiro da tua pele
Nem a alegria de estar contigo 
nesse momento.
Mesmo que venha amar outra pessoa 
como amei você
Guardarei para sempre
A doce inocência com uma certa malícia
Do meu grande amor
que foi você um grande amor.


(Millena Cardoso de Brito)



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Momento Nostalgia


O Adeus

O difícil partir de almas unidas
O silêncio nas bocas,
A verdade nos olhos dizendo
O que a boca não consegue dizer.

E as lágrimas não mais contidas
Caem na face de ambos 
Os corpos ainda unidos
No abraço querendo ser mantidos.

Mas, já pressentindo o partir.
Tristes separam-se os corpos,
E as almas seguem seu caminho.

Esperando um dia encontrarem-se
Para nunca mais dizerem...
Adeus...

(Millena Cardoso de Brito)

* Esse poema foi escrito em 2005. Eu era uma adolescente rebelde de apenas 16 anos, o sentimento que o texto passa apesar de ter sido construído através da imaginação faz parte dessa fase da minha vida, onde a aceitação de limites é bem complicada. O texto mostra como os seres humanos lidam com as separações, a causa maior disso apontada no poema é o apego a matéria, o corpo, as pessoas, e questiona será que existe um fim para vida de quem muito ama o seu próximo? Eu acredito que não, mas isso é uma escolha bastante pessoal acreditar ou não que existe vida após a morte.




quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Um leve sopro de um pensamento...

Alegria e Tristeza

Na dor, há força.
Na tristeza, alegria muda,
Esperando o romper do casulo, 
que a prende a temporária tristeza.
Tão temporária quanto a alegria,
que a espreita silenciosa.
Duas realidades tão diversas,
mas, apesar de tudo, tão inseparáveis.
Pois só se encontra 
a verdadeira felicidade 
quando se experimenta
uma profunda tristeza.

    (Millena Cardoso de Brito)




quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Quem não gosta de provérbio?

Fonte de conhecimento para qualquer cultura, os provérbios, de acordo com os estudiosos, surgiram nas civilizações mais antigas, como a Suméria, do Egito e da China. Em razão de terem sido escritos há muito tempo, a autoria deles na maioria dos casos é de difícil identificação, uma vez que, antigamente, não havia a nossa visão moderna de defesa dos direitos autorais sobre as obras produzidas pelos intelectuais. Curiosamente, os provérbios apesar de terem origem erudita, ganharam o gosto popular, o que contribuiu para que eles não se perdessem no tempo.

Com o desenvolvimento do conhecimento científico, os provérbios incorporaram-se ao que os cientistas chamam de senso comum, o conhecimento humano obtido por meio das experiências e relações do homem no mundo, sem a necessidade de comprovação. Apesar disso, essa fonte de conhecimento não deixou de ter sua importância como parte da cultura dos povos em diferentes épocas, e continuam vivas nas produções artísticas, culturais e no processo de incorporação do homem na sociedade. Muitos são os exemplos, de músicos, artistas, escritores atuais que resgatam provérbios para incrementarem suas produções artísticas.

A ciência que estuda os provérbios é a paremeologia, palavra que é derivada de parêmia, que é sinônimo de provérbio. Aliás, são várias as denominações para provérbios, entretanto, existem termos que possuem pequenas ou significativas diferenciações do conceito mais conhecido para provérbio. Dentre estes termos posso citar: adágio, aforismo, apotegma, ditado, dito, exemplo, máxima, rifão, sentença.

Mas, afinal, o que é um provérbio? É uma sentença que carrega conhecimentos acumulados durante longo tempo obtidos através da experiência, dentre suas características está a disposição das palavras na sentença de forma a construir um raciocínio lógico em poucas palavras, essa sentença encerra a construção de uma verdade, com a utilização de metáforas para incitar as pessoas a pensarem.

Uma das antigas definições é de Casares, provérbio é:
 una frase completa e independiente, que en sentido directo o alegorico, y por 
lo general en forma sentenciosa y elíptica, expresa un pensamiento – hecho 
de experiencia, enseñanza, admonición, etc. -, a manera de juicio, en el que 
se relacionan por lo menos dos ideas (1969:92).
Como referência para saber um pouco mais sobre os provérbios indico um artigo científico em português que baixei na internet http://www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/rle/n12/n12a10.pdf  

Essa é uma das minhas paixões antiguidades, vou deixar para vocês uns provérbios que encontrei em um dos meus antigos livros do meu tempo de escola, ler coisas antigas, filmes, ou falar com idosos é como viajar no tempo, e voltar a um passado, através de sua reconstrução por meio de nossa subjetividade..

Espero que gostem dos provérbios.

"O bem que se faz num dia é semente de felicidade para o dia seguinte." (provérbio indiano)

"Perdoa a todos mais do que a ti próprio." (provérbio inglês)

"As verdades, como as rosas, têm espinhos." (provérbio espanhol)

"Quando a gente conhece alguém, conhece-lhe o rosto, não o coração." (provérbio chinês)

"A pessoa vale o que se faz valer." (provérbio italiano)

"Cair sete vezes, levantar-se oito." (provérbio japonês)

"A suspeita é o veneno da amizade" (provérbio francês)

domingo, 19 de janeiro de 2014

Poema de Amor

Vozes
Calem-se vozes do coração! Já não suporto mais escutar tuas vontades
Incessantes apelos nas noites frias,
que não me deixam dormir, onde velo meus pensamentos,
criando falsas realidades a me iludir
Em quantos abismos me colocastes
frágil coração
Tu não respondes...
Por isso, preciso da razão
para não me deixar cegar pelos teus desejos, mas essas vozes não calam
Então, percebo que não há como calar, pois se cala, morre...

                                                          (Millena Cardoso de Brito)

Minha querida terra!

Eu nasci, cresci, e nunca sai do Brasil. Esse pais que é parte da minha formação humana, formação esta que apesar de ter sido influenciada por inúmeros fatores, é um pedaço de mim mesmo que eu venha a percorrer outros lugares. O Brasil é um país imenso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de acordo com dados de 2010, possui uma superfície no valor total de 8.515.767, 049 Km². "É muito chão!".

As terras que hoje são brasileiras foram colonizadas em sua maioria por portugueses, fora alguns outros povos europeus que tentaram tirar também proveito de um território que antes da chegada deles era habitado por povos indígenas.Os colonizadores enfrentavam os perigos dos mares em embarcações à procura de riquezas, poder, e mais terras para o progresso da nação que representavam. Portugueses chegaram ao Brasil, e na minha infância, quando estudei sobre a história do meu país, o que os professores relatavam era que os portugueses "descobriram" o Brasil, e ajudaram os índios a viverem uma vida civilizada. Tempos depois, descobri eu que aqueles meus doces professores da infância só omitiram a parte de que os indígenas, que tinham costumes totalmente diferente dos portugueses foram obrigados a aderir aos costumes dos recém-chegados, sem falar na matança dos indígenas como uma maneira de deixar a terra livre para o processo, para plantações de cana-de-açúcar, e outros produtos para darem lucros, que eram enviados para a nação de origem dos colonizadores.

Enfim, esse é um resumo básico de como surgiu o Brasil, essa é uma longa história, como imagino ser a história da formação de outros países no mundo. Na verdade, o objetivo desse post é falar um pouco deste país que faz parte de mim. O que você pensa quando se fala em Brasil? Muitas pessoas diriam lindas praias e mulheres, futebol, samba, Pelé. Eh! Existe isso tudo, mas tem muito mais, como em todos os países. As representações das culturas de outros povos vêm carregadas de esteriótipos, ou seja, imagens distorcidas, promovidas muitas vezes pela maneira como as informações são difundidas nos meios de comunicação de massa.

Oficialmente, chamado República Federativa do Brasil, em razão da sua forma de governo ser esta, o Brasil, de acordo com o art 1º da Constituição Brasileira, é formado pela união de 26 Estados, seus Municípios e do Distrito Federal. Os Estados estão divididos em 5 regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. O Distrito Federal, também chamados unidades da federação (UF), encontra-se na região Centro-oeste. A capital do Brasil localiza-se em Brasília, onde se localizam os principais órgãos do governo brasileiro, como Superior Tribunal Federal, os ministérios, embaixadas, etc. A capital federal foi uma das únicas cidades planejadas do Brasil, sendo declarada patrimônio cultural da humanidade por seu valor arquitetônico pela UNESCO, em 1987. A primeira a ser planejada no Brasil foi a minha querida cidade Teresina.

O país é formado de elementos multiculturais, mistura de sabores, "sotaques" (maneiras diferentes de falar o mesmo idioma), cores, raças, crenças, climas diferentes.  E não poderia ser de outra maneira uma vez que o Brasil como foi dito acima é um país imenso, quase do tamanho de um dos continentes da Terra. Cada região do Brasil possui suas peculiaridades, que podem ter como uma das justificativas os diferentes processos de colonização que ocorreram em cada região. A regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul desenvolveram de forma mais expressiva as atividades industriais; enquanto, as regiões Norte e Nordeste, que devido estarem mais afastadas da capital brasileira, dentre outros fatores desenvolveram de forma tardia a sua economia voltada à industrialização.

Eu moro em Teresina, a capital do estado Piauí, localizado no Nordeste brasileiro. Eu lembro que quando era criança, os professores de geografia comentavam que uma vez tinham tirado o Piauí do mapa em um livro publicado no sul do Brasil. Cresci ouvindo da discriminação dos nordestinos em terras dos "sulistas". Descobri até um blog de uma piauiense falando mal do próprio estado e achei isso ridículo. Como falar mal de um pedaço de si? Tanto que o blog da garota se chama "Pioí", pejorativamente dizendo que morar aqui é ruim. Acho que ela nunca parou para ver o pôr-do-sol teresinense, nem reparou no colorido dos ipês que colorem as ruas nos meses de calor, nem nas praças onde as histórias que as pessoas contam, recontam e contavam parecem bailar nos nossos ouvidos enquanto caminhamos, nem caminhou à beira do "Velho Monge", do Rio Parnaíba, para ver as "chalanas" (pequenas embarcações) a atravessar leves rumo ao estado vizinho,  o Maranhão, separado do Piauí apenas por um pedaço de rio. Não entendi realmente como alguém pode falar mal da terra que a nutriu nos seus primeiros dias.

Por isso, resolvi, além de dar algumas informações sobre o Brasil, falar de onde moro em Teresina, Estado do Piauí. Segundo dados do IBGE de 2010, o Estado é um dos maiores em extensão da região nordeste do Brasil com uma área de 251.577, 738 Km² ocupada por uma população de 3.118.360 habitantes, o que corresponde a 1,64% da população brasileira. O Piauí é um dos únicos cuja capital, Teresina, não é no litoral, e possui a menor extensão litorânea com apenas 66 Km, apesar disso, possui paisagens de uma beleza singular e selvagem, que valem a pena serem vistas, como o único delta aberto das Américas: o Delta do Parnaíba, que se encontra na cidade piauiense de Parnaíba.

Com uma população de aproximadamente 814.230 habitantes, Teresina é a mais populosa do Estado. O nome da cidade Teresina foi escolhido para homenagear a imperatriz Teresa Cristina, esposa de D. Pedro II, na época em que o Brasil ainda estava sob o domínio de Portugal. Os portugueses chegaram ao Brasil em 1500, sendo que o Piauí durante muito tempo era apenas território destinado a criação de gado. A colonização da região que passou a ser chamada Teresina só teve início efetivamente no século XVIII.

A cidade era conhecida antigamente de Chapada do Corisco, devido está situada em uma região com grande incidência de raios durante às tempestades. A capital do estado do Piauí encontra-se localiza entre os rios Poti e Parnaíba. Teresina começou a desenvolver-se na margem leste do rio Parnaíba, que na época era navegável. Esse foi um dos motivos que fizeram com a capital que antes em Oeiras, passasse a ser em Teresina, pois essa margem do rio Parnaíba era próxima da cidade vizinha do Maranhão, o que facilitou o progresso da região e do estado por meio do comércio. Assim, o processo de urbanização teresinense aconteceu em função das atividades comerciais, desde sua fundação poucas foram as indústrias que se estabeleceram na cidade.

Um dos traços marcantes da cidade é o clima com altas temperaturas durante a maior parte do ano que chega em média de 28º C e máximas que ultrapassam os 40º C, principalmente, nos meses do conhecido B-R-O-BRÓ, que vai em torno do mês de setembro a dezembro. É muito calor mesmo, e muitos de nós questionamos: Como aqui não tem uma praia, seria ideal? É não tem mesmo, nosso litoral fica a 384 Km nas cidades de Parnaíba, Luís Correia e adjacências. Então, muita gente pode perguntar o que faz uma terra tão quente ser tão querida pelos seus habitantes? A resposta só quem experimentou ficar por alguns dias é capaz de saber. É uma cidade encantadora que tem uma beleza única que deve ser descoberta aos poucos.

Em Teresina, prédios modernos, misturam-se ao verde que persiste a colorir os quatro cantos da cidade, com uma vegetação típica, carnaúbas e babaçuais, palmeiras que representam a chamada Mata dos Cocais. Sem falar nos ipês de muitas cores amarelos, brancos, que colorem a cidade nos meses de calor mais intenso, como fortes mulheres que mesmo cansadas de um longo dia de trabalho, enfeitam-se para os maridos, e o recebem de braços abertos como se suas forças renascessem em um abraço. 

As ruas cheias de história com seus prédios antigos uns até do século XIX, de valor arquitetônico inestimável pela importância da preservação da memória que carregam os casarões neoclássicos, palácios greco-romanos, e outras construções que sobreviveram aos estragos do tempo e da ambição humana. Muitas são as disputas em Teresina entre grupos que pensam em derrubar o que consideram um empecilho a modernidade, os prédios antigos, para fazerem prédios mais modernos.

Para mim, o que mais me encanta em Teresina são as pessoas. Os teresinenses são um povo tão caloroso quanto o clima por aqui, carregam na alma uma resistência voraz as dificuldades, e sabem como ninguém demonstrar seus sentimentos, que parecem a flor da pele. Acolhem muito bem pessoas que vem de outras regiões e países, não com ar superior, ou de forma a considerar os outros intrusos, mas com uma certa afeição de ver o interesse dos estrangeiros em conhecer um pouco da nossa terra, que em muitas regiões do Brasil é muito discriminada. 

A cultura de Teresina é muito rica, grupos de dança com ótimos coreógrafos, músicos talentosos, profissionais dedicados, estudantes esforçados, várias lendas populares. E, como parte da cultura de qualquer região tem um ingrediente que não precisa ser traduzido para nenhum idioma. Para quem vem aqui é só usar o paladar irá entender muito bem o quanto a nossa gastronomia é irresistível.

Como um aperitivo listo algumas comidas típicas do Piauí:


Baião de Dois: arroz com feijão;
Maria Isabel: arroz com carne de sol;
Arroz com galinha ou guinê (galinha d’angola);
Frito: qualquer tipo de carne, passada com farinha;
Panelada: tripa de partes do intestino do boi;
Sarapatel: miúdo e sangue de criação, com temperos, e leite de côco;
Cozidão: costelas e carne de boi, temperos, verduras, pirão do caldo de carne;
Paçoca: carne de sol socada no pilão, misturada com farinha e cebola branca. Come-se com bananas;
Carne de sol : carne de sol, enxuta pelo sol e assada no óleo;
Mão de vaca : ossos dos pés, mãos e nervos de gado feito cozido;
Buchada : feito com o bucho de boi;
Mungunzá : milho cozido com pé de porco, toucinho e lingüiça;
Quibebe : mistura de legumes cozidos e carne moída;
Arroz-doce : arroz, leite e açúcar;
Mingau de puba : farinha de puba, leite e açúcar;
Bolo corredor : feito com goma, ovos, gordura e sal;
Suspiro: feito com clara de ovos, gordura e sal;
Pamonha: milho verde ralado, leite, cozido na água, enrolada na folha da bananeira;
Bolo frito: feito com goma, ovos, sal e gordura;
Cuscuz: massa de milho (ou arrroz), goma e sal;
Peta: goma, ovos e sal;
Doces: de limão, buriti, alfinim, casca de laranja, batata com côco, batida;
Bebidas: Licores, cajuína, tiquira, batidas (limão).




                           








quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Sou ou não sou livre, eis a questão!

O que liberdade? Muitos filósofos, pessoas de qualquer época, nacionalidade, idade, sexo, já se perguntaram a respeito disso. Além disso, buscaram uma razão para sua existência, uma identidade para seus seres. Aliás, os questionamentos sobre a identidade, liberdade vem cada vez mais ganhando destaque na vida do homem moderno. Uma vez que, o homem, ao longo de sua trajetória na Terra, desenvolveu-se a tal ponto nas várias esferas de sua vida, que se perdeu em meio aos seus inúmeros conceitos, aparatos tecnológicos, experiências, etc.

A fé fragmentou-se. Religiões, doutrinas, crenças multiplicam-se, mas os casos de pessoas deprimidas, ou degradadas por álcool, drogas, crimes continuam a existir. E, muitos perguntam-se de quem é a culpa? Deus, diabo, carma, delírio dos deuses.Eu sou cristã, católica apostólica romana, e fui criada como a maioria da população brasileira nesta religião. Mas, cheguei a vivenciar experiências em outras religiões, e pesquisei sobre diversas outras crenças. Hoje, tenho minhas convicções bem alicerçadas, e não é à toda que sou católica; não é por costume; tradição; medo de ir para o inferno, nenhuma dessas alternativas. É por uma razão aparentemente simples de apenas 4 letras: AMOR.

E, surge outra pergunta: Amor? Amor a quem? A o que? Que amor é esse capaz de convencer a razão cercada de tantos infinitos conhecimentos e dúvidas? Alguns podem pensar: arranjei um namorado católico, ganhei muito dinheiro. Nada disso, apenas apaixonei-me por Deus, Javé, um Deus único envolto no mistério da Santíssima Trindade, que tenho certeza que a maioria dos católicos nem sabe explicar e muito menos dizer o que é.

Agora, muitos leitores devem já estar pensando que este é um post catequético. Eu não diria isso. Quis apenas compartilhar das minhas experiências para deixar clara a minha interpretação a respeito da liberdade, que apesar de muitos estudiosos tentarem criar conceitos a respeito dela revestidos pela capa sisuda da ciência, não há como negar que mesmo o conhecimento científico passa por nossa subjetividade. Então, aos interessados em desvendar o que me levou a crer em Deus, uno e trino, a Santíssima Trindade, posso fazer um post apenas sobre isso, calminha meus queridos leitores, agora a questão é sobre a liberdade.

O drama que os estudiosos consagraram como de autoria de Shakespeare, Hamlet, traz o questionamento ser ou não ser eis a questão. Aqui neste texto, porém, ponho-me apenas a instigar a reflexão a respeito da liberdade, sem perder-me nos inúmeros conceitos de liberdade de várias correntes do pensamento humano em suas diversas épocas, como correntes filosóficas ou mesmo o existencialismo de Sartre, ou qualquer tipo de outro embasamento científico, usarei apenas para discutir isso o fato de que eu sou humana, e conheço o peso da liberdade.

Muitas pessoas ligam a liberdade a autonomia de poder conquistar os próprios meios de sobrevivência. Além disso, no mundo moderno, muitos pensam que liberdade é ter os meios materiais e financeiros de suprir suas necessidades de consumo, muitas vezes, criadas pelos incentivos das relações sociais mediadas pelos meios de comunicação de massa, e os subterfúgios capitalistas para manter a economia em desenvolvimento.

O homem moderno está envolto em uma teia invisível formada pelas pressões sociais, econômicas, políticas. As pessoas e o aparato estatal de cada nação estão interligados, muitas vezes, com produtos, culturas,  e até valores compartilhados de forma que, muitas vezes, misturam-se a ponto de tornarem-se de certa maneira homogêneos; mas, ao mesmo tempo, vivenciam uma busca de encontrar um meio de diferenciação. A produção e consumo de produtos, a interinfluência de culturas e saberes agustia o homem moderno, que procura de alguma forma construir sua identidade dentro e/ou fora das fronteiras de seus países.

A tomada de decisões em um mundo que se tornou tão complexo, cheio de possibilidades, e promessas muitas vezes falsas, provoca bastante stress e ansiedade, que faz com que muitos acomodem-se e deixem os outros pensarem e decidirem por eles. É o preço da liberdade, fazer escolhas. E, existem pessoas que ao perceberem isso, sentem-se como presos da liberdade, e não fazem o uso consciente de uma das maiores facetas do ser humano, a capacidade de decidir.

Mas, podemos levantar outro questionamento. E quando essa liberdade é restringida, existe enfim a liberdade de escolha? Liberdade restringida por quem? Um homem ou Deus? Sempre é um homem que restringe a liberdade do outro, ou o próprio homem restringe sua própria liberdade. Quantas famílias que apenas querem poder viver em paz, e são obrigadas a esconderem-se dentro de muros altos e cercas elétricas para impedir assaltos; ou quantas delas vivem em abrigos sem nenhum tipo de conforto, nem nada que lembre um lar para não serem mortas em bombardeios, em regiões onde homens vivem em guerra declarada, como acontece no Iraque.São inúmeras as situações em que as pessoas não conseguem exercer seu direito à liberdade.

Então, no auge da revolta (se essa ainda persiste, mesmo com a costumeira presença desses males no mundo), ao ligarmos a televisão para ver o noticiário, ou mesmo, ao ler notícias na Internet, nós podemos questionar sobre a nossa existência, e sobre a crença da maioria na existência de Deus. Que Deus é esse que pode tudo e deixa acontecer tanto sofrimento, injustiças, tanta maldade? Um dia desses também fiz essa pergunta, e ao refletir tive uma resposta. Essa resposta não me perguntem como consegui, pois posso afirmar que para se chegar ao verdadeiro conhecimento você precisa ir muito além da razão.

Cheguei a esta conclusão, enfim: se Deus é poderoso, perfeito e tudo pode, com certeza poderia acabar com o sofrimento, só que, para isso teria que tirar um dos bens mais preciosos do qual dotou o homem, a liberdade. Os homens seriam marionetes de Deus, eles fariam as coisas apenas pelas mãos de Deus, que não receberia um amor verdadeiro dos homens, mas uma réplica de sua perfeição. Então, o que aconteceu Deus criou a vida, o homem, mas deu a ele a capacidade de fazer escolhas, o que muitos chamam de livre-arbítrio. O homem então no exercício de sua liberdade, deixou-se encantar pelas suas potencialidades, e os males do mundo nada mais são do que escolhas erradas que nós mesmos fazemos.

Assim, nós nos fizemos feitos reféns da liberdade que nos foi concedida. O mal uso da liberdade é que nos trouxe tão pesados fardos que deveriam ser compartilhados. Pessoas morrem todos os dias assassinadas, corpos são decapitados em acidentes violentos, e o homem continua somente a culpar Deus, as autoridades, e não percebe que em certos casos as pessoas fizeram escolhas erradas, abusaram da liberdade, e poderiam estar vivas se todos começassem a pensar nos outros, e não tratar a liberdade como um bem só seu, mas que deve ser exercido de forma consciente, sem despeitar os direitos dos outros. A liberdade não é uma luta individual para se autossatisfazer, é um presente divino pelo qual devemos lutar juntos para sermos dignos de exercer essa tal LIBERDADE, sem estarmos presos a nossa própria maldade. 




terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Delírios!

Destino?
O que resta para mim desta vida em que sou a atriz principal? Será que lembro quem fui? Ou sei quem sou? Caíram as paredes. O solo já não o toco. Alegria forjada. Vida desperdiçada em devaneios. Se chama consome e o furacão  passa sobre mim, não me rendo. Dobro os joelhos, mas já penso em levantar. Cai muitas vezes. Tenho experiência no fracasso, mas ao menos aprendi a levantar, por essa arte não resisto. Nada sei em relação as coisas que me rodeiam. O Infinito cala minha voz. Levantar a voz para que? Se a voz do trovão sufoca qualquer grito. O mundo apedreja o espírito, este que muitos esquecem e vão parar na merda e nela se lambuzam. O espírito não é barato nem o corpo. As penas voam e o anjo cai. E quem está na terra pode alcançar as nuvens. A dor é a melhor escola. Há construções frágeis. Não se esconde algo por muito tempo. Vidas perfeitas. Fachada de cristal. Semente de frutos amargos. O mal ri dentro de mim. Marcas de um pecado que não se desfaz. Não sou porta voz de mim, os outros tem uma visão melhor do que sou, depende do ângulo de vista. Pontos de vistas são pistas que não devem ser seguidos sem provas. Do céu deve se enxergar melhor do que aqui embaixo na Terra. Não temos como adivinhar o futuro, temos apenas pistas. Ninguém sabe, ninguém viu, as distintas pessoas que se tornaram pó. Estamos no mesmo barco. Cuidado para não naufragar!
* Esse texto foi escrito em 2006, através de uma linguagem direta, o eu-lírico faz questionamentos a respeito de seu papel no mundo, e como este vê os dramas da modernidade, onde as pessoas procuram refúgio em coisas perecíveis, como dinheiro, comida, idolatria a pessoas. É um resgate do antigo dilema entre escolhas entre o bem e o mal, e a tentativa de definição de que postura tomar diante disso, e que crenças defender em um mundo tão maluco e tão cheio de opções. É um texto sobre um drama individual, mas que pode muito bem representar qualquer pessoa que se angustia diante do universo de possibilidades onde estamos imersos, e precisamos lidar no dia a dia. A maioria das pessoas em nossa sociedade moderna valoriza apenas o lado bom da vida, quando existem pessoas com dificuldades, ou qualquer desvio dos padrões de felicidade, beleza, riquezas, valorizados pelo mundo, a maioria rejeita e não dá o apoio necessário. O eu-lírico chama a atenção para a falsa felicidade que cerca a vida de muitas pessoas, que não procuram o verdadeiro valor da vida. Este é a vivência do amor. Não o amor idealizado, mas aquele que deve ser construído entre os altos e baixos comuns a vida de qualquer um. O amor que supera sofrimentos e faz sacrifícios para manter-se vivo. 
           (Millena Cardoso de Brito)


sábado, 11 de janeiro de 2014

Os cuidados na prática da atividade física

Quando se pensa em fim de semana ou nas férias de final de ano vem logo à mente que vamos tirar uns dias para passear com a família, parceiros, e ou amigos, viajar, enfim, descansar. Mas, há pessoas que optam por praticar exercícios físicos, aproveitando assim para extravasar a tensão da rotina diária. Nessas ocasiões ,é comum muitas pessoas exagerarem nas atividade físicas, como é o caso dos "peladeiros" do final de semana, que aproveitam os dias de folga para jogar um futebolzinho com seus camaradas acompanhado de comidas gordurosas e bebidas alcoólicas. Outros querem descontar o sedentarismo praticado durante a semana ou o ano todo, exagerando na malhação nas academias, caminhadas, corridas, em um mísero final de semana ou mesmo irregularmente.
Esse tipo de atitude é muito prejudicial à saúde, em alguns casos causando até a morte de muitos desses imprudentes. Isso ocorre porque eles não têm o organismo capaz de suportar esforços físicos excessivos, pois não estão acostumados a uma rotina de exercícios, sendo afeitos ao sedentarismo e a uma alimentação não balanceada, rica em gorduras e açúcares. Esses são fatores de risco para a ocorrência de enfartes fulminantes, além de poderem provocar sérias lesões musculares.
O que muitas vezes acontece com a maioria das pessoas é que com a correria do dia a dia própria da sociedade moderna, falta tempo e em alguns casos dinheiro para a prática de atividades de forma saudável e equilibrada. Porém, algumas práticas simples podem minimizar esses obstáculos, como, por exemplo, optar por subir escadas em vez de elevadores, ou a realização regular de caminhadas. Essas são algumas práticas que não dependem de altos gastos, sendo uma das formas mais saudáveis e baratas de entrar em forma. Mas, mesmo os adeptos de práticas saudáveis de exercícios  não podem deixar de fazer avaliação física, mesmo que estejam incluídos nos que dependem do serviço público de saúde. No Brasil, conhecido pela maioria da população, o serviço público de saúde realizado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). É essencial que se faça um esforço para fazer um checape antes de iniciar qualquer exercício físico. Além do que, quando forem iniciar qualquer atividade, devem seguir as orientações dos educadores físicos de fazer um alongamento adequado.
Segundo o Dr. Nabil Grorayeb, referência no Brasil em Medicina do Esporte, e também especialista em Cardiologia, " a falta de avaliação médica anual; malhar muitas horas seguidas; esperar sentir dores para então parar; deixar de ter dia de descanso entre os de malhação, aumenta os riscos cardiovasculares e ortopédicos". Então, não é porque alguém já esteja acostumado a uma rotina de exercícios que pode exagerar, e descuidar-se de tomar as devidas precauções que evitam prejuízos à saúde.
Muitos atletas em todo o mundo sofrem sérios problemas, devido a rigidez na rotina de exercícios. Existe uma pressão muito grande por melhores resultados em competições esportivas, que exigem esforço físico cada vez maior. Isso acarreta que surjam casos de atletas que morrem subitamente durante maratonas, corridas, jogos de futebol e outras atividades esportivas, sem contar com os inúmeros casos de atletas lesionados durante a prática esportiva. Um dos casos recentes aconteceu com o lutador de UFC, Anderson Silva, enquanto lutava contra Cris Weidman, no dia 28 de dezembro de 2013, em Las Vegas, onde fraturou a perna esquerda.
Outro fator que prejudica os atletas é o estresse ao qual estão submetidos nos treinos e competições, em razão disso, o exercício que fazem não promove um bem estar físico e psicológico como era de esperar-se caso fosse praticado de forma descontraída e voltado para a saúde e para o lazer.
Segundo dados oficiais do Comitê Olímpico Internacional de 1996 até aproximadamente o ano de 2008, se contabilizaram 1.101 mortes de atletas, com menos de 35 anos, em todo o mundo. Isso é um alerta para os órgãos mundiais envolvidos com a saúde e bem estar das pessoas. O primeiro relato de morte súbita relacionada à atividade física intensa ou esportiva foi a do soldado gregro Pheldippides, mensageiro da vitória dos gregos sobre os persas em 490 a.C. Um dos casos mais comentados no Brasil, em 2004, sobre esse assunto foi a morte do zagueiro Serginho do time São Caetano, de apenas 30 anos, que faleceu em campo de um ataque cardíaco fulminante, durante uma partida contra o São Paulo no Murumbi pela disputa do Campeonato Brasileiro.
O esforço exagerado, que força o corpo das pessoas ir além dos seus limites, e ou a  falta de avaliação médica regular contribui para que ocorram problemas à saúde aos mal praticantes das atividades físicas, pois é importante saber quais são os limites físicos, podendo assim aproveitar os benefícios que a sua prática consciente proporciona. Por outro lado, as atividades físicas regulares, acompanhadas de certos cuidados médicos e alimentares promove a melhoria da qualidade de vida de seus praticantes. Segundo o médico cardiologista e membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, João Roberto D. Azevedo "um bom programa de atividade física deve ser realizado no mínimo 2 a 3 vezes semanais, por 40 a 60 minutos de cada vez". 
Dentre os benefícios dos exercícios físicos feitos de forma saudável, segundo o médico cardiologista João Roberto estão: o controle do peso; a prevenção de doenças, como diabetes, pressão alta e enfisema pulmonar; das doenças cardíacas e das degenerativas, causadas pelo avanço da idade; além de ser uma atividade prazerosa, auxiliando a amenizar a tensão nervosa, a angústia e a depressão.
Se forem tomadas as precauções básicas para exercitar o corpo de forma consciente e responsável, respeitando seus limites e primar pelo seu bem-estar, a prática da atividade física produzirá melhorias na qualidade de vários aspectos da vida dos seus bons praticantes.

 (Millena Cardoso de Brito, jornalista e estudante de Relações Públicas da Universidade Estadual do Piauí)


          Imagem retirada de http://www.idademaior.com.br/corpo-mente-1-abril.html

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Nas horas que divido com a Eternidade
Sou ser pensante entre vários
A procura de verdades
Que teimam em continuar escondidas
Entre os espaços do infinito
Numa estrela sem brilho
No fundo daquilo que não se vê.
Na esperança de um futuro eterno
Uma interminável sucessão de dias 
Sem sombras da dor nem da morte


           (Millena Cardoso de Brito)     



                                                             Crédito: HubbleSite NASA.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Para refletir um pouco ...


* Depois da bela história do padre Pedro Balzi, posto um texto, esse não é meu, para refletirmos:
Quem ama...
Quem é bom, dá para quem vive,
quem ama, vive para dar,
Quem é bom, suporta a ofensa,
quem ama, a esquece.
Quem é bom, compadece-se,
quem ama, ajuda.
Quem é bom, começa e acaba,
quem ama, começa para não mais acabar.
Quem é bom, faz o que pode,
quem ama pode o que parece impossível.
Quem é bom, revela os erros,
quem ama, não deixa errar.
Quem é bom, ajuda quando está perto para ajudar.
Quem  ama, está sempre perto para ajudar.
Quem é bom, também ama,
quem ama, sempre é bom.
Quem é bom, atende as necessidades,
quem ama, tem necessidade de atender.
Quem é bom, não faz mal a ninguém,
quem ama faz o bem a quem faz mal.
Quem é bom, vê as condições para dar,
quem ama, dá sem condições.
Quem é bom, é como Deus o fez,
quem ama, faz como Deus quer.
Quem é bom, às vezes se cansa,
quem ama nunca descansa.
Quem é bom, vê o homem que pede,
quem ama, vê no homem Deus que pede.

(Momentos de Oração, págs. 47 e 48; Editora Vozes)

Padre Pedro Balzi: o homem que viveu para amar o próximo

Pedro Balzi nasceu em Lousanna na Suíça. Os seus pais eram italianos, mas foram morar na Suíça em busca de emprego, pois o país deles de origem passava por uma crise de desemprego. Com aproximadamente 10 anos de idade, Pedro Balzi vai morar no país de origem de seus pais, na cidade de Ponte Nossa, localizada ao norte da Itália. Ele ainda criança descobriu sua vocação sacerdotal, e ingressou no Seminário, aos 11 anos e meio, com a ajuda de familiares. Pedro ordenou-se padre em 1950, como membro da comunidade missionária de Paradiso (Paraíso), em Bérgamo. 

Ele destacou-se pela dedicação a comunidades pobres em regiões da Itália, Bolívia e no Brasil. Os seus trabalhos como missionário na Bolívia, onde serviu como sacerdote durante 22 anos, até hoje são lembrados. Dentre eles: a construção de igrejas, abrigos para crianças abandonadas, moradias dignas para os desabrigados, escolas, e o hospital João XXIII para o tratamento de doentes de Hanseníase, juntamente com uma escola de Técnico de Enfermagem, onde ele dava aulas de Biologia.


No ano de 1986, uma terra ociosa e coberta por muito mato, próxima de uma das principais rodovias da cidade de Teresina, no estado brasileiro do Piauí, passou a ser ocupada por em sua maioria famílias pobres. Homens, crianças, e principalmente por iniciativa das mulheres sem uma casa própria ergueram com as próprias mãos casas de taipa ou de qualquer outro material que pudessem obter. Eles com medo de serem expulsos da terra pela polícia, realizavam a construção dos casebres em horários de menos movimentação, durante a noite.  Assim, começou a história da Vila da Paz, os seus moradores tiveram que lutar pela posse da terra, que foi conquistada ainda ano de 1987, através da desapropriação feita realizada a pedido da prefeitura da cidade.

A partir de então, grupos de moradores lutaram para urbanizar a Vila da Paz, e melhorar as condições de vida de seus moradores. Em 1987, a chegada do padre Pedro Balzi na comunidade trouxe para as pessoas muitos benefícios que até hoje são percebidos.

Ele morreu no ano de 2009, e deixou um legado de amor ao próximo, com o desenvolvimento de projetos sociais que contribuíram para melhorar a vida de uma comunidade marcada pelo estigma da pobreza. Além dos moradores da Vila, seus projetos beneficiaram pessoas em outras regiões da cidade de Teresina. Entre esses projetos: a construção de igrejas, escolas, centros de saúde, creches, abrigos, a rádio comunitária Maria FM, oficinas profissionalizantes, sendo que um de seus últimos projetos a Fazenda da Paz, uma comunidade terapêutica, tornou-se referência brasileira no tratamento de dependentes químicos.

Um homem decidido, certas vezes teimoso, que quando planejava alguma coisa era difícil fazê-lo desistir do que queria, e não poupava esforços para que seus planos se tornassem realidade. Foi com essa disposição que realizou várias obras sociais em prol de comunidades carentes mundo afora. Ao contrário do que se pode imaginar ao pensar nos custos de tantos feitos, o padre não era rico. Ele contou com o apoio financeiro e os serviços de vários colaboradores e amigos que foi conquistando durante sua vida missionária.

Na Vila da Paz, em Teresina, em meio a uma realidade de miséria, famílias pobres e necessitadas do básico para sobreviver de forma digna, o padre Pedro chegou com a intenção de viver com para elas, e conseguiu trazer um pouco de esperança para a comunidade da Vila da Paz, que surgiu sob o estigma de favela, local de pobreza, falta de educação, crimes, drogas.

O padre ao ver a miséria de famílias pobres não apenas ficava parado a lamentar, ou apenas rezava, orava para mudar a situação que presenciava, ele doava-se inteiramente, vivia o que pregava sobre o Evangelho cristão de amor a Deus e ao próximo, e impulsionado por isso agia. O que o movia só pode ser resumido em uma palavra era o amor.

Os trabalhos do padre foram notícia em vários meios de comunicação nos países onde viveu: Brasil, Itália, e Bolívia. No Brasil, uma das mais tradicionais emissoras de televisão de alcance nacional e renome internacional, a Rede Globo, noticiou algumas vezes sobre a importância do padre para os moradores da Vila da Paz, como por exemplo, em uma matéria do dia 09 de novembro de 2002, que foi exibida no Jornal Hoje, e publicada no endereço eletrônico http://g1.globo.com/jornalhoje/0,,MUL1138009-16022,00-SOLIDARIEDADE.html


Poucas linhas foram escritas em comparação a tantas obras sociais idealizadas por esse padre. O espaço destinado às notícias diárias nos meios de comunicação de massa não são suficientes para aprofundar assuntos que precisam de mais tempo para ser compreendidos. Ao ler a notícia sobre a atuação do padre na Vila da Paz, você pode perguntar-se: o que leva um homem vindo de um país tão distante do Brasil deixar sua família e contemporâneos para ajudar pessoas que não conhecia? Qual foi a real importância da presença do padre nessa comunidade? O que possibilitou as obras sociais da Vila da Paz serem realizadas? As respostas dessas perguntas só podem ser respondidas se conhecermos melhor a história de vida do padre, e como ele chegou à Vila da Paz, e como era a sua relação com os moradores do lugar que escolheu para viver os últimos dias de sua vida. Esses foram os questionamentos que me instigaram a escrever um livro-reportagem sobre essa pessoa tão incrível. Santo, religioso, padre, não busquei definições par ao padre Pedro Balzi no meu livro-reportagem, apenas procurei o que movia esse ser humano tão cheio de amor pelo próximo. O livro-reportagem que escrevi foi intitulado "Padre Pedro Balzi: o missionário da Paz". Falarei sobre isso em uma postagem especial em breve!



quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Vila da Paz: uma história de luta pela vida

A invasão, o assentamento, a ocupação, enfim, existem muitas denominações para o começo da construção de comunidades, como a Vila da Paz, localizada na cidade de Teresina, capital do Piauí, estado da região Nordeste do Brasil. Comunidades que surgem por meio de ocupação de terras improdutivas por famílias sem condições financeiras para adquirir um terreno legalmente ou por pessoas que pretendem apenas tirar proveito da situação. É a triste realidade de muitas famílias, produto das desigualdades sociais.

A História da comunidade da Vila da Paz começou a ser construída no ano de 1986. Famílias ocuparam um terreno ocioso às margens de uma das principais rodovias do estado do Piauí, em frente à rodoviária Lucídio Portela, próxima de um assentamento recente chamado "Vila Costa Rica". A maioria das famílias não tinha condições de adquirir a tão desejada "casa própria" legalmente.

Na época, a carência de infraestrutura, saneamento básico, e das condições mínimas para uma vida digna faziam parte da realidade dos primeiros moradores da Vila da Paz. As moradias foram construídas em locais de risco, em um terreno sujeito a deslizamentos pela sua irregularidade, além da existência de um extenso esgoto a céu aberto.

A conquista da terra da comunidade da Vila da Paz por seus ocupantes deu-se em meio a constantes ameaças de despejo que perduraram até fevereiro de 1987. Apoiados pelo, na época, advogado Acilino Ribeiro, e secretário municipal do interior, no governo Wall Ferraz, e também por sindicatos, associações de moradores, e pela Federação de Associações de Moradores e Conselhos Comunitário do Piauí (FAMCC), os "posseiros" resistiram contra um pedido de despejo de terra no ano de 1987. O dono do terreno, um juiz do trabalho que não residia na cidade entrou com um pedido judicial para expulsar os ocupantes.

Policiais armados entraram na Vila da Paz para derrubar as casas dos moradores da comunidade tendo em mãos o documento de desapropriação da terra. Ao invés de resistirem por meio da força, os moradores quando souberam que há poucas horas o prefeito da cidade, na ocasião era o Wall Ferraz, chegaria de avião na cidade de Teresina, foram orientados a organizarem uma comissão para reivindicar a posse do terreno. A comissão reuniu-se na frente do aeroporto de Teresina à espera do prefeito para reivindicar que ele tomasse as devidas providências.

Enquanto isso, uma multidão de curiosos e pessoas envolvidas em movimentos sociais juntaram-se aos outros moradores, que permaneceram na Vila defendendo como podiam as suas casas, tentando impedir que fossem derrubadas e resistir ao cerco da polícia.

No aeroporto, sob pressão do povo, o prefeito disse que não negociava com invasores de terra. Porém, pouco tempo depois assina um documento (decreto nº 917) que garante a permanência das famílias na Vila da Paz, através da declaração da desapropriação da terra para fins de utilidade pública. Assim, o prefeito cumpre com o seu papel, garantindo a terra para os moradores da Vila.

A conquista da posse da terra foi importante para que os moradores da Vila pudessem ir mais adiante com o projeto de construir uma comunidade onde as pessoas pudessem viver dignamente.Os moradores tinham ainda muito a fazer: a carência de saneamento básico, energia elétrica, água encanada, e as moradias mal construídas em um terreno muito sinuoso e irregular eram apenas alguns dos problemas. Além disso, os moradores da Vila tinham que enfrentar o fantasma dos deslizamentos, que aconteciam durante às inundações no período chuvoso, agravadas pela existência de um grotão que corta o local de um lado ao outro em direção ao rio Poti.

Para conseguir água os moradores tinham que ir buscá-la em uma cisterna localizada na comunidade vizinha, ou ir ao rio carregar pesados baldes e baldes de água para levá-los para casa. As duas primeiras conquistas da comunidade, assim que conseguiram a posse do terreno foram conseguir água encanada e energia elétrica. Isso porque, novamente, a população mobilizou-se e saiu às ruas para protestar. As manifestações receberam nomes curiosos: "lata d'água na cabeça", que aconteceu em frente à Águas e Esgotos do Piauí S.A (Agespisa); e "lamparina apagada", em frente à Centrais Elétricas Brasileira (Eletrobrás), antiga Companhia Elétrica do Piauí (Cepisa).

Atualmente, um projeto de urbanização da Vila da Paz foi assinado em 19 de julho de 2011, através de um convênio feito pela Caixa Econômica e Prefeitura Municipal de Teresina, e conta com recursos financeiros no montante de 19 milhões que deverão ser investidos na urbanização da comunidade. O projeto abrangerá uma área de 29 hectares que contatará com empreendimentos imobiliários e um canal de drenagem do grotão, além disso, a construção de quadras de esportes, anfiteatro, área de preservação ambiental, edifícios, rampas, passarelas para pedestres, edifícios residências e institucionais, dentre outros.

A Vila da Paz que surgiu da ocupação de um terreno no ano de 1986 está situada na região do bairro Três Andares, localizada na região sul de Teresina. A Vila era considerada, nos anos 90, a área com um dos maiores índices de criminalidade da cidade. A história da comunidade foi marcada pela presença de várias pessoas que lutaram para mudar essa realidade, mas uma personalidade destacou-se por ajudar a começar a modificar efetivamente a imagem de miséria que rondava os moradores da Vila da Paz, essa pessoa foi o padre Pedro Balzi. E, quem é essa personalidade? Em Teresina, ele é bastante conhecido, porém, nem todos tiveram a oportunidade de conhecer a história desse herói de carne e osso. Essa história eu contarei em outra postagem, aguardem! 




Baile das palavras

Para quem gosta de poema, compartilho com vocês um dos meus escrito no ano de 2006, nele vocês irão encontrar questionamentos de uma garota a procura do desconhecido, um sentimento comum a quem vive e sente...
                                       Além
Lábios por lábios. O que vale um beijo? Prazeres momentâneos multiplicam-se no vazio do peito.
Que importa para eles? Sou um deles a remar contra a corrente. E que corrente! Atropelam-se. Mágoas do passado acumulam-se no peito. Era mais fácil deixar-me levar.
O que tenho com os outros?
O prazer é uma espada afiada de dois gumes. Tudo tem um preço. A razão esquecida grita na mente, mas o caminho mais fácil...
Os instintos cegam o homem.
Na ânsia do agora muitos perdem o depois.
Minha consciência dói.
Derrubei as paredes que me cercavam, mas ainda me sinto acorrentado.
Amo um cadáver e beijo suas lembranças frias com um estremecimento no corpo que chega a doer n'alma.
Não consigo livrar-me das consequências desse ato impensado, desesperado, vindo das entranhas do meu ser.
Cada vez mais, o mal ri dentro de mim com um prazer torpe em maltratar-me,
levando-me aos labirintos mais sórdidos da mente.
Mentiras e verdades misturam-se ao sabor dos sentidos.
As feridas provocam uma raiva que queima como fogo sem que ele se apague...
Os olhos vagam por todos os cantos, procurando o nada,
Meu nada me satisfaz.
Não sei distinguir de onde vêm a dor que sinto
Agulhas atravessam meu peito sem que eu nada possa fazer.
Ilusão dos sentidos?
Não há como saber.
Tudo passa muito rápido por meus olhos.
O corpo dói.
Tomo o veneno; e não sinto o gosto da morte.
Aliás, ela zomba de mim, enquanto desfaleço em dor.
Encontro as portas fechadas e se olho não enxergo, e se exergo a realidade foge aos olhos.
Quem  pode ajudar? E o silêncio...
Mundos misturam-se ao sabor dos sentidos.
A relatividade cercando a mente.
A razão impedindo ou agindo no caminho do conhecimento.
O medo de saciar a sede e perder a fome.
O sal da vida que não se pode perder...
...O medo do fim.
Estaremos destinados ao fim?
O que de inacessível se faz, as respostas deverão estar atrás das grades que impedem os homens de chegar.
Talvez seja melhor assim...
Como saber?!
Eh!..Só nos resta viver.
Beber até a última gota de vida, saciar-se de ar, de palavras, de amor
Deixar-se ser e estar...
até que morrendo as esperanças, mesmo cometendo os mesmo erros, aprendendo com eles, mesmo sofrendo com a ferida que não cicatriza...
Existe além...
(Millena Cardoso de Brito)

As aventuras do livro-reportagem..

Parafraseando o título do livro "A aventura da reportagem", de Ricardo Kotscho e Gilberto Dimenstein, baseada em meus conhecimentos de acadêmica de Comunicação Social e pela minha própria experiência de fazer um livro-reportagem, (aguardem leitores! haverá uma postagem exclusiva sobre o livro-reportagem que escrevi) ouso escrever sobre livro-reportagem.

O livro-reportagem é um ótimo caminho para os jornalistas que desejam sair da mesmice da rotina das redações de jornal impresso, televisão, ou rádio, onde o tempo não é suficiente para aprofundar assuntos importantes a serem discutidos pela sociedade.

O tempo de apuração de informações de um livro-reportagem é bem maior do que dos outros meios de comunicação. Checar se os entrevistados realmente relataram o fato como esse aconteceu, confrontar versões diferentes de um fato, buscar fontes seguras para aproximar-se ao máximo de narrar fatos verídicos, são ações difíceis de serem realizadas com eficiência pelos jornalistas de "batente", aqueles que tem suas notícias comprometidas  pela correria das redações de jornal para publicação de uma quantidade máxima de matérias em um tempo que muitas vezes precisa ser "recorde". Vamos ser sinceros para certos assuntos, horas, muitas vezes, semanas, não são suficientes para elaborar uma matéria redonda, ou seja, uma matéria capaz de esclarecer a maior parte das dúvidas das pessoas interessadas em informação de qualidade.

Um mito que ronda a atividade jornalística da maioria dos profissionais brasileiros, cujo modelo de jornalismo foi herdado dos norte-americanos, é o da objetividade. Que ser humano com tal domínio de si, seria capaz de não deixar escapar suas crenças em seus textos, ou que jornalista seria capaz de escrever em um veículo de comunicação liberto de todas as pressões econômicas, políticas e sociais.

O objeto das matérias jornalísticas não são eventos que possam ser cristalizados ou recontados, eles serão escritos por seres humanos, e as fontes que os jornalistas recorrem, a maioria delas, também são humanas. Em consequencia disso, como tudo que é realizado por mãos e mentes humanas, as matérias jornalísticas também estão sujeitas a falhas, distorções. Apenas relatar fatos, e tentar esconder o olhar crítico dos olhos de um profissional de jornalismo, que foi preparado para interpretar acontecimentos para transformá-los em notícia, reduz a eficácia desses profissionais como agentes transformadores da realidade social.

Os jornalistas sobre o pretexto da objetividade são enclausurados em um modelo de jornalismo, que não dá espaço ao confronto de idéias, que é tão produtivo para chegar a soluções em questões de difícil solução. A objetividade não deve ser escudo, mas um ideal que os jornalistas devem procurar para chegaram ao máximo próximo da tão "sonhada verdade dos fatos", mas do que isso transformar a profissão em um instrumento para as pessoas adquirirem conhecimento suficiente para decidirem como agir diante da dinâmica das relações sociais que norteiam a publicação de informações nos meios de comunicação.

Utilizar o veículo de comunicação livro para desenvolver uma reportagem tornou-se uma alternativa para muitos jornalistas fugirem das amarras que os meios de comunicação impõem ao seu trabalho. De acordo com o jornalista Eduardo Belo, no seu livro "Livro-reportagem", "para a reportagem ganhar status de livro-o livro ganhar status de reportagem - são necessárias algumas condições, como o caráter não perecível ou maior durabilidade do assunto".

Eduardo Belo refere-se às características que diferenciam o livro-reportagem dos outros veículos de comunicação. Dentre elas, diferente do jornalismo realizado nos meios de comunicação de massa, que procuram as chamadas "notícias quentes", que atraem a atenção apenas por curto espaço de tempo; a produção jornalística em livro busca abordar assuntos de relevância para a sociedade, e que possam ser refletidos em diferentes contextos e épocas.

O Livro-reportagem surgiu a partir da necessidade dos profissionais de jornalismo fugirem das amarras da produção jornalística nos meios de comunicação de massa, como televisão e rádio, influenciada por exemplo pelas pressões do tempo, que impunha a eles duras limitações as possibilidades de desenvolvimento de suas potencialidades técnicas e criativas.

A Literatura é capaz de aprofundar uma variedade de temas através de uma linguagem criativa que recria a realidade e possibilita despertar emoções e questionamentos reveladores da consciência humana. O jornalismo tem como princípio básico o compromisso de buscar relatar os fatos da forma como acontecem na realidade. Essas duas áreas do conhecimento, Literatura e Jornalismo, são ingredientes que compõem o livro-reportagem.

O Livro-reportagem utiliza elementos narrativos da Literatura, mas obedecendo as técnicas jornalísticas, como, por exemplo, a apuração dos fatos para evitar distorções da realidade. Essa é uma forma diferente de fazer jornalismo e possibilita atrair o interesse dos leitores para assuntos importantes, através da utilização da linguagem literária.

O conceito de livro-reportagem só começou a ganhar destaque na segunda metade do século XX. Antes disso, as áreas da literatura e do jornalismo já vinham relacionando-se durante muito tempo, a maioria dos primeiros escritores a trabalhar na área do jornalismo eram intelectuais que participavam da produção literária de seus países. Além disso, era comum nos jornais diários existir um espaço destinado a esse tipo de publicação.

Os livros "Hiroshima" (19460, de John Jersey, e "A sangue frio", de Truman Capote foram pioneiros na produção de livro-reportagem, e despontaram no mercado jornalístico pelo emprego de recursos literários para abordar assuntos polêmicos. "Hiroshima" descreve os estragos provocados pela queda da bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima a partir do ponto de vista de seis pessoas sobreviventes. "A sangue frio" aborda o assassinato de uma família na zona rural do Kansas, nos Estados Unidos.

Nas palavras do jornalista Edvaldo Pereira Lima (1993), a reportagem em formato de livro é importante pela sua capacidade de " avançar fronteiras do jornalismo para além dos limites convencionais que ele próprio se impõem".

Além disso, eu ouso dizer mais que abordar um assunto relevante de forma mais apurada, com maior tempo para apuração dos fatos, tendo contato direto com as pessoas que fazem parte da reportagem que se pretende relatar no formato de livro, proporciona a humanização da atividade jornalística. Uma vez que, o jornalista convive de perto por um tempo maior com os envolvidos na reportagem, e isso além de aprofundar um tema, vai além, proporciona que o profissional seja capaz de transmitir sem a frieza de palavras ditas de forma corriqueira a realidade do que acontece na sociedade, expresse o lado humano, as emoções, e instigue os leitores a refletirem e agirem em prol de seus direitos e deveres como cidadãos.

Imagem retirada deste endereço eletrônico

sábado, 4 de janeiro de 2014

E, no princípio, era o verbo...

As palavras muitas vezes espelham nossa alma. Reprimidas elas não têm a força transformadora que elas podem ter, se deixamos elas fluírem no momento exato em que as pronunciar torna-se essencial. Como disse, em um de seus poemas, do livro Romanceiro da Inconfidência, Cecília Meireles: "Ai, palavras, ai palavras, que estranha potência, a vossa! sois de vento, ides no vento, no vento que não retorna, e em tão rápida existência, tudo se forma e transforma!". As escrituras sagradas trazem a importância das palavras ao retratar que na origem da existência da vida, Deus criou o mundo ao pronunciá-las. Então, não se pode negar a sua potência.

Este blog há tempos era um desejo meu, desperto através do incentivo de amigos, que pediam para que eu compartilhasse com eles os meus textos, que não vou ter a pretensão de dizer aqui que são excelentes, meus leitores que irão definir-me, em palavras ou não. Para não ser mal educada vou ao menos apresentar-me, eu sou uma jovem, eu acho, de 25 anos, nasci e continuo a viver na cidade de Teresina, capital do estado do nordeste brasileiro, Piauí. Eu sou quase recém-formada no curso de Bacharelado em Comunicação Social habilitação em Jornalismo e Relações Públicas na Universidade Estadual do Piauí (UESPI), e fiz mais da metade do curso de Licenciatura em Letras e Literatura Portuguesa na Universidade Federal do Piauí (UFPI). 

Esse quase foi em razão de que tentei levar esses dois cursos ao mesmo tempo. Sim, muitas pessoas na minha cidade faziam isso, até que proibiram por lei que os alunos que passassem para cursar o ensino superior em mais de uma universidade pública, poderiam cursar apenas uma por vez, uma ótima ideia!, pois eu não aconselho a ninguém fazer essa maluquice. Bom, enfim, quase terminando o curso de Letras (para mim, na época, não precisava realizar monografia para obter a graduação), em 2012, comecei também a chegar na etapa final do meu curso de Comunicação Social da habilitação em Jornalismo, e resolvi optar como trabalho de final de curso fazer um livro-reportagem em parceira com outro colega de classe. Essa foi uma fase dramática, eu desdobrei-me para fazer várias entrevistas, pesquisas, frequentar as aulas nas duas universidades, ir para o estágio, que era em Comunicação Social, o curso que naturalmente fui priorizando, e humanamente desgastei-me demais, e tive que fazer a escolha que há tempos adiava, então, com o coração em farrapos, assumi o desafio de terminar meu bacharelado em Comunicação Social e deixar para trás outro curso que tanto amava Letras. Poderia pensar assim, então, por que não desisti no início? Isso não fiz, pois era uma grande paixão meu curso de Letras, tanto que muito de meus textos foram profundamente marcados pelos ensinamentos linguísticos, literários, semânticos, sintáticos, que experimentei na minha vida acadêmica no curso de Letras. E, sem sacrificar o curso de Letras, não teria envolvido-me em um dos trabalhos que mais me consumiram não só como experiência profissional, mas pessoal também. Nossa! Foi inesquecível fazer um livro-reportagem. 

Desde criança eu sonhava em escrever um livro, mas concretizar essa minha ambição foi um processo dolorosamente prazeroso, revolvi e envolvi-me todo o meu ser nesse projeto. A ideia não foi proposta por mim, mas pelo colega que fez o trabalho comigo, Eliaquim Lopes. No início, era apenas uma ideia de fazer um livro-reportagem sobre a atuação do padre Pedro Balzi na Vila da Paz, localizada na cidade de Teresina. O projeto foi ganhando formas aos poucos, e eu com minha personalidade forte, e também devido a problemas pessoais do meu colega de trabalho, fui centralizando todos os passos para fazer o livro-reportagem. Eu com minha paixão pela literatura, aproveitei a oportunidade de mesclar duas coisas que me encantavam, literatura e jornalismo; não resisti e dominei as rédias do trabalho, e quase implorei ao meu colega para escrevê-lo todo, era um ciúme das palavras que iam preencher cada página do tão desejado livro-reportagem. Além disso, era uma grande alegria contar uma história tão bela. Um padre de origem italiana que dedicou sua vida para dar apoio não só espiritual, mas material para várias famílias pobres. Esse foi um dos meus maiores desafios não só como estudante, profissional, mas como pessoa.

Isso é apenas um pedaço de mim. O blog "Idéias em expressão" pretende estimular o despertar da riqueza de expressão que existe em todos nós, principalmente, através de palavras, mas não apenas através delas, pois os olhos falam, as palavras trazem perfumes, sensações, imagens..."Ideias em expressão" como o próprio nome já diz quer ser uma fonte de expressão.