Não sei se sou de fato uma poetisa, mas amo escrever versos, e estudo com carinho as possibilidades de construção de estruturas inusitadas da língua portuguesa. Isso é um dos meus refúgios contra a frieza do mundo e alegro-me em poder dividir isso com meus leitores, eis uma das minhas tentativas de definir o ser poeta:
O verdadeiro poeta
O verdadeiro poeta não é aquele
que tem apenas o domínio das rimas,
mas o que também traz consigo a verdade.
Não a verdade absoluta
dos fatos,
das coisas,
do mundo ou das pessoas.
Mas sim dos sentimentos.
O verdeiro poeta não é aquele
que apenas acaricia as mentes,
mas também toca a ferida
e carrega no peito as cicatrizes
do que se vive
e do que se vê,
traz do passado ou do presente
sentimentos diversos do que vem
da carne e do que para a alma cabe-lhe.
O verdadeiro poeta consegue
enxergar a luz e faz-se a luz.
E, sabe lutar contra si e contra os outros
para levar as palavras transbordadas da alma
para as outras almas carentes
com a simplicidade e doçura do canto de um passarinho.
Esse é o verdadeiro poeta.
(Millena Cardoso de Brito)
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