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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Meu primeiro filho: O Livro-Reportagem "Padre Pedro Balzi: O Missionário da Paz

Não sei o porquê, mas não me satisfaz ficar na superfície de sentimentos, atos. Para mim sentir-me satisfeita, preciso entregar-me completamente aos meus projetos, assim como em todas as áreas da minha vida. Foi assim com meu trabalho de conclusão de curso de Jornalismo, desde que aceitei fazer um livro-reportagem em parceria com um colega da minha turma, Eliaquim Lopes, tive medo deste grande desafio, pois sabia que iria querer fazer o impossível para que o livro saísse o mais próximo do perfeito.

Claro! Era um sonho de infância para mim escrever um livro, e a duros sacrifícios, Graças à Deus, e a preciosas ajudas de entrevistados, amigos, além do meu colega de trabalho, consegui realizar. Não faltaram noites mal dormidas, insônias, cansaço, lágrimas. O tema foi sugerido pelo meu colega Eliaquim, que no início tinha apenas a ideia de falar sobre a vida do padre Pedro Balzi, sacerdote de nacionalidade italiana, que dedicou a maior parte de sua vida a ajudar comunidades carentes na Itália, Brasil e Itália. Padre Pedro morreu em 2009, e deixou muitas saudades para as pessoas que conheciam a importância do seu legado nas comunidades carentes por onde passou.

No início, nós tivemos a orientação do professor e agora mestre Cláudio Vasconcelos, que nos orientou a fazermos um projeto sobre a atuação do padre Pedro na Vila da Paz e recomendou-nos livros científicos para lermos. Isso foi muito importante para dar cientificidade às nossas pesquisas, o que contribuiu para que além de escrever o livro com uma refinada apuração dos fatos a serem relatados, também ajudou-nos a redigir nosso relatório sobre o livro-reportagem. Imaginem só além de escrever um livro-reportagem que não é das tarefas mais fáceis, ter também que escrever um relatório científico sobre o passo a passo de como foi feito o livro-reportagem. Foi bem difícil!

Dias e dias depois da primeira orientação com o professor Cláudio, a minha mente borbulhava e começou a articular como fazer um projeto que possibilitasse o mínimo de erros possíveis, dediquei-me de forma tão egoísta a como articular a realização das pesquisas e conduzir entrevistas, que centralizei todo o trabalho para mim. Em razão da incompatibilidade de tempo entre meu grupo e o professor Cláudio, este  nos aconselhou a mudar de orientador, que passou a ser a professora especialista Samara Jericó.

A pesquisa de campo foi bem intensa e desgastante, inclusive devido a meu carácter perfeccionista, muitas das entrevistas foram refeitas. Além disso, uma história levava a outra, e esqueci o número de vezes, que em pleno sol teresinense à pé, eu e o Eliaquim caminhávamos em busca de pessoas que poderiam nos dar pistas sobre quem era realmente o Padre Pedro Balzi para a comunidade da Vila da Paz. Muitas vezes, eu fui sozinha enfrentando meus medos e cansaço, entrava em casas humildes, e invadia como se fosse uma velha conhecida à intimidade e memória das pessoas da Vila da Paz.

Quantas vezes, eu tive que engolir o choro, ao ver o carinho com que as pessoas contavam sobre as ajudas tanto espirituais quanto financeiras do padre. Eu envolvi-me com cada um dos entrevistados, mas sem deixar de analisar de forma crítica cada um de seus gestos. Isso me ajudou a amadurecer tanto profissional como emocionalmente. Essa experiência vou levar até o fim da minha vida na terra. Pois, eu acredito que um dia vou poder entrevistar o padre Pedro Balzi lá no céu, onde ele deve estar agora.

Eu e meu colega, dividimos nosso trabalho assim: eu e ele faríamos as entrevistas, mas quem escreveria o livro era eu, fiz questão disso, enquanto ele escreveria o relatório do livro-reportagem. Cada palavra que escrevi foi sofrivelmente saboreada não como ato da imaginação, mas como um ato de escolhas norteadas pela ciência, e pela oração. Senti-me ao escrever cada linha desse livro como se estivesse sentindo o que os entrevistados, e o que o próprio Balzi sentiu ao idealizar suas obras de caridade.

Faço agora um resumo dos capítulos do livro-reportagem, que foi intitulado "Padre Pedro Balzi: O Missionário da Paz". O livro foi dividido em sete capítulos: No capítulo I (Padre Pedro Balzi), narra-se sobre o início da vida do sacerdote desde seu nascimento na Suíça, a sua volta a terra natal dos pais na Itália, devido aos rumores da Segunda Guerra Mundial, a precoce vocação ao sacerdócio, até os mais de vinte anos de missão de evangelização e desenvolvimento de obras sociais na Bolívia.

No capítulo II ( Missão no Brasil), narra-se a chegada do padre Pedro ao Brasil, através do convite feito pelo Arcebispo de Teresina, na época, Dom Miguel Fenelon Câmara, para o padre ajudar na construção de um hospital para cuidar de hansenianos em Teresina, no ano de 1987. O sacerdote sensibilizado com a situação de miséria das comunidades carentes decide morar na cidade. Ele escolheu a comunidade da Vila da Paz para continuar o trabalho que vinha realizando em outras regiões.

O capítulo III (Vila da Paz), conta-se um pouco da história da comunidade da Vila da Paz. Ela é fruto de uma "invasão", em 1986, num terreno localizado na zona sul de Teresina, próximo ao Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portela. Este capítulo narra as disputas pela posse desse terreno, que hoje é a Vila da Paz, e a luta das famílias que o ocuparam para legalizá-lo e transformá-lo em um lugar digno para morar, devido à maioria não possuir condições de ter a casa própria.

A chegada do Padre na Vila da Paz, em 1987, é relatada no capítulo IV ("É aqui que eu quero ficar"), quando o próprio sacerdote conheceu de perto a realidade das inúmeras família que ali vivem até hoje. O padre iniciou na comunidade a construção de uma de suas primeiras obras, a igreja "Nossa Senhora da Paz". As mudanças através da evangelização e dos projetos sociais do padre Pedro Balzi é um importante legado que até hoje contribuem para trazer benefícios para muitas pessoas na Vila da Paz.

O capítulo V (Obras sociais), descreve-se como foram idealizados e desenvolvidos as obras sociais que mais benefícios trouxeram para mudar a situação de miséria de muitas famílias pobres, principalmente da comunidade da Vila da Paz.

No capítulo VI (As cartas), relata-se a forma como o padre utilizava cartas para obtenção de ajuda para as obras sociais com os benfeitores, e também como forma de manter contato cm família, amigos e pessoas que amava. O sacerdote tinha correspondência com cerca de 1.000 famílias italianas através da Associação Amigos de Padre Pedro, organizada pelo amigo italiano Orestes Fratus.

No capítulo VII ("Ele disse que um dia ia ser uma estrela no céu"), retrata-se a comoção dos teresinenses com o falecimento de padre Pedro, em 05 de outubro de 2009, vítima de um câncer nos ossos. A sua morte foi notícia no Brasil e no exterior.





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