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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Armas contra a tristeza



Crédito: Maria José Cardoso (minha mãe)


Sinto o meu coração sangrar
Por dores conhecidas e desconhecidas.
Tenho a sensação de que triturei
Meu peito entre meus dentes até distinguir
O gosto de sangue para então
Poder ruminar as lembranças dolorosas
Que minha mente insiste em reter vivas.
Meu riso desbotou de tanto que o usei
Como arma contra a dor devastadora.
Mas, eu continuo a ostentar meu sorriso,
Mais pelo hábito da luta contra tristeza
Do que por outros motivos.
Meu riso, porém, não é uma máscara,
Nem uma forma de falsear a realidade,
Ele é tão sincero quanto o nascer do sol,
Depois de uma devastadora tempestade.
Sorrio para a vida que me impõe a esperança.
Pois, enquanto há vida, há esperança.
Eu creio irremediavelmente em vida após a dor,
E que a tristeza é um borrão que pode ser
Apagado.
Eu nasci para felicidade
E tenho a alma destinada ao Amor.
Eu sou reflexo do Amor
Que faz brotar das feridas
A fonte da Verdadeira Felicidade.

(Millena Cardoso de Brito)

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