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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Eu não estou, nem sou sozinha!

Crédito: Imagem retirada da Internet

Passos


Pés errantes pela areia fina,
Olhos cansados,
Peito ferido,
Boca calada,
Alma sofrida.
Confusão de sentimentos
Que me fazem sofrer.
Então, os pensamentos fogem ao toque do vento,
O pedido de ajuda silencia no peito.

Imagino que estou só.

Nesse momento verto copioso pranto,
Que inunda todo o meu ser...

O sal das lágrimas misturam-se às ondas 
Que tocam suavemente meus pés.
As salgadas vagas trazem uma sensação doce,
Como de um abraço amigo.

Dentro de mim escuto a voz de Deus
Vindo do Seio da Criação a cantar
Em meus ouvidos ao ritmo do barulho do mar.
Percebo que não estou sou, 
Pois ausente do burburinho de outras pessoas,
Experimento um amor mais imenso 
Que o oceano que avisto sem conseguir
Enxergar o fim...

O Amor de Deus está em mim e vem
De tudo que meus sentidos podem captar...

Ao voltar a superfície da minha consciência,
Meus pés errantes voltam a percorrer 
Um espaço inconstante na beira do mar...

Mas, depois de mergulhar na imensidão do
Amor até então desconhecido,
Sinto as feridas remoídas cicatrizarem
pelo contato com o Sol do céu 
E o Sal das lágrimas e do Mar.

(Millena Cardoso de Brito)




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