Crédito: imagem retirada da Internet |
Bendigo as paredes que escondem
as minhas vergonhas, meus medos, fraquezas,
Ocultam a nudez do corpo
e da alma.
Gosto de estar no meu espaço
para deixar meu corpo ser sem amarras,
Esvaziar-se de olhos,
ouvidos, toques questionadores.
Viver as autodescobertas
solitárias de quem se depara com a própria humanidade.
Estar contida em um lugar que
me ampare do medo
E represe meu prazer e dor.
Comunico-me entre as paredes
com a eloquência de quem conquista
Alguém para a eternidade.
Expando a vida ao estar no
meu quarto a sós com o Eterno.
As paredes envolvem preces,
sussurros, gritos,
Acolhem impassivas as
palavras não ditas.
Vivo céus e infernos que
orbitam meus pensamentos
E rompem a lógica material.
Mesmo estando vulnerável
sozinha em um espaço, sinto-me protegida do outro.
Não me agrada o silêncio
perscrutador de outra mente que me desconcerte.
Gosto da solidão para me
sentir e sentir como o outro me afeta.
Entre as paredes posso
discernir o que me faz ser quem sou.