Abri as caixas pretas da
minha mente e elas me disseram coisas sobre mim que me desagradam.
Sou egoísta, mimada,
arrogante, masoquista, sinto prazer em me fazer sofrer... Descobri que preciso
fazer as pazes comigo.
Mas, não sei como fazer
isso. Estou perdida.
Eu já nasci desejando a
minha morte, mas me apaixonei pela vida.
Pela vida e pelo desconhecido.
Então, eu decidi morrer
aos poucos, maltratando meu corpo.
Passo fome e frio tendo
comida e cobertores ao meu alcance.
Ignoro os meus amores para
ficar só.
Destruo minha imagem aos
meus e aos olhos dos outros.
Construo mentiras para que
elas me destruam.
Tiro de mim o que me faz
feliz por prazer.
Espero um fim.
O fim da minha espera.
Eu espero o fim da minha
pena.
Eu sou meu próprio algoz.
Eu tenho no meu corpo as
marcas dos meus próprios golpes.
Minha pele está cheia de
feridas, meu corpo emagrecido esmorece de dor,
Meu corpo parece refletir
como estou por dentro.
Isso pode ser resultado de
meus erros. Confesso
que tenho muito a aprender. Fiz escolhas erradas.
Não consigo admitir meus
erros, nem mesmo quando os reconheço.
Sou uma cega fingindo
visão só para não se deixar invadir pela escuridão.
Estou entregue ao caos.
Vivo por instantes de
lucidez.
Entregue a minha loucura,
eu encontro as minhas
próprias saídas para resistir a minha maldade.
Clamo aos céus que me
liberte da minha tirania!
Quero aprender a amar.
Seria bom um dia poder me
encontrar,
Pedir desculpas
E Amar-me...
Eternamente.
(Millena Cardoso de Brito)