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quinta-feira, 27 de julho de 2017

Confissões


Abri as caixas pretas da minha mente e elas me disseram coisas sobre mim que me desagradam.
Sou egoísta, mimada, arrogante, masoquista, sinto prazer em me fazer sofrer... Descobri que preciso fazer as pazes comigo.
Mas, não sei como fazer isso. Estou perdida.
Eu já nasci desejando a minha morte, mas me apaixonei pela vida.
Pela vida e pelo desconhecido.
Então, eu decidi morrer aos poucos, maltratando meu corpo.
Passo fome e frio tendo comida e cobertores ao meu alcance.
Ignoro os meus amores para ficar só.
Destruo minha imagem aos meus e aos olhos dos outros.
Construo mentiras para que elas me destruam.
Tiro de mim o que me faz feliz por prazer.
Espero um fim.
O fim da minha espera.
Eu espero o fim da minha pena.
Eu sou meu próprio algoz.
Eu tenho no meu corpo as marcas dos meus próprios golpes.
Minha pele está cheia de feridas, meu corpo emagrecido esmorece de dor,
Meu corpo parece refletir como estou por dentro.
Isso pode ser resultado de meus erros.                                                                                     Confesso que tenho muito a aprender. Fiz escolhas erradas.
Não consigo admitir meus erros, nem mesmo quando os reconheço.
Sou uma cega fingindo visão só para não se deixar invadir pela escuridão.
Estou entregue ao caos.
Vivo por instantes de lucidez.
Entregue a minha loucura,
eu encontro as minhas próprias saídas para resistir a minha maldade.
Clamo aos céus que me liberte da minha tirania!
Quero aprender a amar.
Seria bom um dia poder me encontrar,
Pedir desculpas
E Amar-me...

Eternamente.


(Millena Cardoso de Brito)

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Perfeita Imperfeição


Crédito: imagem retirada da Internet.


Não tenho paciência para coisas passageiras, falsas, superficiais.
Meu peito precisa arder de fome,
Incendiar-se até consumir-se
Inteiro.

Eu vejo nas telas em Touch Screen
pessoas, sorrisos, amigos, amores
Falsos.

A perfeição emoldurada por algum editor de imagens me irrita.
Eu sinto falta da Imperfeita Verdade do Ser.
Eu não quero precisar editar o que Sou.
Eu não quero virar a projeção da ilusão coletiva
De vir a ser o Centro do Universo.
Eu só preciso ser o que eu sou.
E isso já me consome tempo suficiente.

Eu quero mais gente Imperfeita em busca do Ser de
Verdade.


(Millena Cardoso de Brito)

segunda-feira, 20 de março de 2017

Redenção


Eu tenho muito medo. 


Tenho deixado meu algozes estraçalharem minha carne. 


Curioso é que não consigo ter raiva, nem fugir aos seus ataques. Eu amo os meus algozes. Eu preciso afastá-los, mas não me movo. Estou paralizada pela dor que criei. Estou presa na ficção que eu criei.

Eu estou farta de mentir para mim. 


Não quero mais lamber a baba de Caim.

Eu amo meus algozes, mas quem está precisando de mim sou eu agora.

Eu preciso dançar em cima das chamas.
Giro em meus pensamentos
E nenhum deles me salva.

Vou esvaziar-me deles para me salvar.
Meu canto sobe aos céus,
O rodopiar dos sons 
Afasta as chamas.

Clamo Meu Libertador
E seu sangue aplaca as minhas feridas abertas.
Nossos sangues se misturam
 E eu sinto em meu flanco a dor se aplacar.
Meu corpo pende ao chão e intacto
Toca as cinzas frias.
Não há mais dor.
Eu sou todo abrigo.

Em silêncio suspiro a Eternidade.

(Millena Cardoso de Brito)


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Meu amado

Não me importa o que tenha,
Faça, seja, sinta,
Se o que encanta é a forma como lida
Com tudo o que existe ou imagine.
Eu quero o que se oferece com sinceridade.
Não o fruto de roubo ou de qualquer outro delito,
Mas a entrega do próprio ser.
Beleza, dinheiro, sucesso, poder se insinuam,
Mas eu estou tão apaixonada por meu amado,
Que nada disso me prende.
O sentido de muitas coisas me foge a razão,
Pois o que quero não consigo nominar.
Eu sinto o mundo desmoronar
Com todos os seus desejos, conceitos, sensações,
Coisas, pessoas, lugares...
E parte de mim desmorona junto.
Mas, eu posso renascer todas as vezes
Que o encontro
e posso tocar a alma de alguém.

O que me importa é o sacrifício de amor
do meu amado Jesus.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A descoberta do Amor


Eu tinha medo do inferno
 e fazia o que diziam ser certo por causa disso.
Isso não era amor.
Eu gostava da sensação de ser elogiava e admirada
ao fazer o que diziam ser bom.
Isso não era amor.
Eu sabia que se fizesse o que era certo,
eu seria recompensada.
Isso também não era amor.
Eu procurei não desagradar,
não magoar,
não ferir,
por medo de perder.
E, mais uma vez, não era amor.
Cansada de tanto esforço
para encontrar o amor.
Eu esqueci de mim
e deixei espaço para o Amor
fazer a sua morada.
Eu já não me possuo.
Não me importa mais o inferno,
nem a solidão,
nem as recompensas.
Eu sou inteira.
Eu não me importaria ser feita em pedaços,
se isso salvasse quem amo.

Enfim, isso é Amor.