Crédito: Foto retirada da Internet |
Eu gosto de comer o seu corpo.
Não me sacia a autofagia.
É deliciosa a sensação de sua pele
Contra os meus dentes,
Senti-lo se dissolvendo
Quando eu sugo a sua carne.
Parece um desejo perverso,
Mas é enganoso pensar assim.
Eu gosto de me saciar com a sua vida.
A sua carne é só um pretexto,
Um convite para você me habitar.
Não é suficiente o nutrir do prazer solitário,
As minhas mãos não alcançam
O pleno desejo.
É escavar o vazio
Simular o instante mais cheio de vida
Sem o alicerce que o sustenta.
Sinto náuseas com o prazer incompleto,
Eu busco na sua carne
Completar inteiramente
O momento irrepetível da nossa união
Com o Divino.
Com o Divino.