Eu gostaria de
ter o poder de reter você ao alcance dos meus olhos.
Eu sofro de uma
imensa carência e estar com você me faz sentir menos sozinha.
Você não conhece
minhas prisões, mas consegue me
libertar delas apenas com sua presença.
Eu gostaria de
poder passar horas e horas olhando você jogar videogame, vendo o homem ser apenas um
menino que eu queria poder cuidar o resto da minha vida.
Mas, eu sei que
o tempo é implacável.
E como o sono vem para nós e assim eu preciso
voltar para os meus fantasmas, eu sei que a tua consciência erra por
outros caminhos que não são os meus.
Eu não posso
absorver tua vida para mim, mas é exatamente isso que eu gostaria de fazer.
Mas, eu não posso simplesmente reunir os
pedaços de duas pessoas que não descobriram quem são.
Eu não posso
tirar de você a liberdade de fazer suas próprias escolhas.
A sua vida não
me pertence, nada tenho de meu, apenas, o desejo de amar, mas muitas vezes nem
sei como amar direito.
O que é certo e
errado no amor?
Esqueço disso
quando estou diante de você.
Perco o controle
e isso me faz bem vez ou outra, não sempre.
Sofro de
eternidades transitórias e sei que firmar meus pés em um sentimento movediço
como esse seria arriscar demais.
Mas, como amar
sem arriscar?
Eu poderia
arriscar...
mas seria desagradável acordar na cama de um
estranho tomando conta de uma vida que não me pertence.
Mas, o que me pertence?
Eu corro riscos
todas as vezes que deixo você ver o que está por trás do que eu
convenientemente mostro, não são muitos que podem transpor a armadura que todos
os dias eu visto para sobreviver a minha ingenuidade.
Eu não posso
reter as mesmas emoções e todas as nuances dos momentos em que me sinto sua, pois eu preciso ir embora e deixar você seguir sua vida e recompor a
minha sem o peso das ilusões.