Acabe...
Com meu sofrimento
Não posso mais com minha dor
Que todos morram,
Que eu morra
Uma dor enorme me dilacera o
peito
E não consigo nem falar...
Preciso de drogas que me
façam
Esquecer essa dor,
Meu pó, minhas seringas,
Cápsulas, meu cigarro...
Que eu trago
E me traga
Até sobrarem apenas sombras
Da minha consciência
errante.
Tranco-me no meu quarto
E vou flutuar
Para longe de ti,
Para longe de mim.
Nem o ópio foi capaz de me
fazer
Esquecer tudo o que me
atormenta.
Você não foi capaz de
entender meus apelos.
Agora, mato meus instantes
com doses de entorpecentes.
Não julgue a minha fraqueza.
Não sou como você.
Talvez, por isso, não mereça
uma chance...
Deixe-me matar esta dor pelo
menos
Nesse instante!
Outro inferno talvez me
espere
Ou o nada me consuma no
silêncio
Do esquecimento.
Meu destino não foi trançado
ou sempre esteve?
Não posso guardar essa dor,
Mas quem se importaria com
uma dor
Que não é a Sua?!
Que não é a Sua?!
Cale sua boca!
Ninguém se importa com
ninguém realmente
E confesso que existem
anjos,
Mas eles são poucos
E muitos deles caem e perdem
as asas...
Deus onde estás que não
ajudas estes infelizes?
Escuta quem em ti crer,
Mesmo duvidando...
Viver é confuso!
Desculpe-me a raiva que me
transforma em dor
E por ferir os que tentam
pisar em mim,
Pois não estou disposto, nem
consigo oferecer
A minha outra face diante da
maldade dos outros.
A minha inocência perdeu-se
Pelo caminho...
Queria deixar de pensar...
E como fumaça meus
pensamentos...
....voam para longe...
(Millena Cardoso de Brito,
22/03/2006)